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Edição 581

Um ano depois, o Be Live continua a não ser para todos

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Há um ano, escrevi neste mesmo espaço sobre o tema que hoje recupero. A semana da juventude da Trofa começa hoje (já é Quinta-feira quando escrevo estas linhas) e, de uma forma geral, a estrutura do evento mantém-se inalterada. Seguem-se quatro dias de festa onde poderemos assistir a actuações das academias de dança locais, actividades desportivas, concertos de bandas e artistas nacionais e locais, isto apesar do espaço dado aos artistas trofenses ter sido lamentavelmente reduzido dos três projectos que em 2015 actuaram no palco principal para apenas dois nesta edição, e onde poderemos visitar os stands de associações locais ou beber um copo nos bares cá da terra.
O Be Live, independentemente das limitações que um evento com apenas três anos de vida possa ter, continua a ser o maior e melhor evento direccionado para a juventude que este concelho alguma vez viu. Contudo, aquele que a meu ver é o principal problema desta grande festa manter-se-á na edição deste ano. Falo da inexistência de um serviço de transporte capaz de proporcionar a todos os jovens do concelho a possibilidade de participar neste evento. E se este ano podemos notar e saudar uma evolução que decorre do acordo entre a CM da Trofa e a CP, que disponibilizou um serviço especial de comboios pago que aproxima os jovens do Coronado do recinto do evento, a verdade é que, para os jovens do Muro, Alvarelhos, Guidões e Covelas, o acesso para aqueles que não possuem transporte próprio ou boleia para o centro da Trofa continua a ser uma miragem.
Na qualidade de representante do Clube Slotcar da Trofa no Conselho Municipal de Juventude (CMJ), questionei o vereador Renato Pinto Ribeiro, pouco antes da edição de 2015, sobre a possibilidade de criar um circuito de autocarros que pudesse proporcionar o dito transporte aos jovens das restantes freguesias. Na altura foi-me dito que, dado a fase avançada da organização do evento, já não existiam verbas disponíveis. Meses depois, em reunião posterior ao evento do ano passado, levantei novamente a questão, tendo recebido como resposta que a situação estaria sob análise. Porém, na última reunião do CMJ, foi-me dito que, apesar do trabalho que terá sido desenvolvido nesse sentido, e da recepção de algumas propostas por parte de empresas privadas, uma vez mais não foi possível providenciar esse serviço aos jovens trofenses. Por falta de dinheiro. Isto apesar da avultada verba alocada ao evento.
Questiono-me sobre o que pensarão os jovens do Muro, de Alvarelhos, de Guidões e de Covelas sobre este desenlace. Tento colocar-me no lugar deles e a primeira coisa que me vem à cabeça é que estaria disponível, de boa vontade, a abdicar de um dos cabeças-de-cartaz para que essa verba pudesse ser utilizada para servir os jovens trofenses que não têm como se deslocar até ao recinto do Be Live. É uma situação muito injusta. É injusta, discrimina uma parte da população jovem do concelho e podia ser facilmente resolvida com uma pequena verba de um orçamento que ronda os 60 mil euros. E numa terra onde se gastam 120 mil euros para inaugurar uma obra, esta situação torna-se particularmente grave.
O futuro até pode passar aqui, às vezes vá lá, mas teima em não passar por outras paragens do nosso concelho. Os grandes eventos continuam centralizados na extinta freguesia de São Martinho de Bougado, num pequeno raio que vai do parque até à estação ferroviária, e as restantes freguesias continuam relegadas para segundo plano. Tal como os seus jovens. Um ano depois, o Be Live continua a não ser para todos. Será que em 2017, ano de eleições, se desbloqueará finalmente esta situação?

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