Edição 449
Um ano de Danças e Cantares do Vale do Coronado com “expectativas superadas”

Apesar da resistência da população, o Grupo Danças e Cantares do Vale do Coronado começa a cimentar um lugar no panorama cultural da Vila e do concelho da Trofa.
Foi uma festa de arromba a que marcou o primeiro aniversário do Grupo Danças e Cantares do Vale do Coronado. Cerca de centena e meia de pessoas encheu um dos salões da Quinta de S. Romão, no dia 16 de novembro, para festejar as conquistas de um projeto que está a dar os primeiros passos.
“Foi um ano muito atribulado. Conseguimos trajar o grupo, as pesquisas não pararam e tivemos várias saídas, representando a Trofa, em particular S. Romão e S. Mamede do Coroando, no Norte e no Centro do país”, explicou ao NT Ricardo Oliveira, presidente do grupo.
O batizado do Grupo, na Capela de S. Bartolomeu, a 12 de maio, a participação na ExpoTrofa e o primeiro festival foram alguns dos momentos mais marcantes da associação que atualmente trabalha para se tornar “membro efetivo da Federação do Folclore Português”. “O processo está em curso, as músicas e o portefólio vão ser apresentados à Federação, que esteve cá recentemente para nos dar algumas coordenadas do que teríamos que fazer. Eu creio que, se continuarmos a seguir as pesquisas e aquilo que nos tem sido dito pelos mais velhos, o grupo tem pernas para andar”, asseverou Ricardo Oliveira, que também relembrou a Feira do Século XIX promovida pela coletividade.
Com 45 componentes, dos 15 meses aos 82 anos, o Danças e Cantares do Vale do Coronado é um projeto que, na ótica de Ricardo Oliveira, “tem superado todas as expectativas”. Os laços que se criaram entre os membros é outro dos aspetos que identificam o grupo. “Eu já tenho 27 anos de folclore e nunca tive uma família como esta”, sublinhou.
Mas nem tudo foram rosas. Ricardo Oliveira recordou que, inicialmente, achava que os elementos do grupo “eram personas non gratas e um alvo a abater” na Vila do Coronado, no entanto esse sentimento tende a esbater-se. “Com o desenvolvimento do projeto, a situação tem mudado e as pessoas têm-nos recebido melhor e têm-se identificado com aquilo que fazemos”, explicou.
No período festivo, a coletividade, que é apadrinhada pelo Grupo Folclórico de Santa Marta de Portuzelo, vai cantar as janeiras pela Vila do Coronado e participar no espetáculo de Reisadas, promovido pela autarquia.