Ano 2010
Trofenses solidários com Eduardo
Primeira das três colheitas para encontrar dador de medula compatível com menino de 19 meses, que sofre de leucemia, superou as expectativas. Entre as 10 e as 16.30 horas de segunda-feira uma centena e meia de pessoas passaram pela empresa Savinor para recolher uma amostra de sangue.
Quando viu, pela primeira vez, o cartaz que pede ajuda “urgente” para o pequeno Eduardo, Felisberto Sá não se apercebeu tratar-se do filho de dois colegas de trabalho, na empresa Savinor, em Covelas. Mais tarde, quando a notícia de que o filho de Vera Martins e Leandro Moreira sofria de leucemia e que precisava urgentemente de um dador de medula compatível se propalou de forma crescente, Felisberto Sá não hesitou em associar-se a esta causa. Foi um dos 151 dadores que, na passada segunda-feira, a brigada de Histocompatibilidade do Norte se orgulhou de registar nas instalações da empresa Savinor, onde decorreu a primeira de três colheitas de sangue.
“Gosto de ajudar quem merece, é uma criança e isso é o que dá pena, se fosse um filho meu também gostava que as pessoas fizessem isto”, assegura. Este é também o pensamento de Marisa Pires que, depois de divulgar o pedido de ajuda a todas as empresas e amigos por e-mail, se deslocou à Savinor para alimentar a esperança para o Eduardo. “Esta acção representa muito, porque tenho um filho também e poderia acontecer comigo e gostava de ser ajudada tanto como estou a ajudar, espero que consigam um dador e que o menino sobreviva”, deseja.
Mesmo sem filhos, Ricardo Faria, funcionário da Savinor, mostrou-se solidário com um pai que vê a vida do filho fugir-lhe dos braços. “Somos jovens e um dia mais tarde também vamos ter filhos, é uma boa causa vir cá ajudar”, sustenta. Com uma afluência visível na fila de pessoas, o número de gestos solidários para encontrar um dador de medula compatível com o menino superou as expectativas.
Colheita “ao nível das melhores até hoje”
Desde o primeiro momento em que teve conhecimento do caso, a Savinor não hesitou em disponibilizar todos os meios possíveis para ajudar o Eduardo. Depois de assegurar o transporte aos funcionários para uma colheita no Hospital de S. João, no Porto, a empresa abriu as portas para receber todos quantos quiseram dar um pouco de si a uma grande causa.
Considerando que “as empresas são mais do que organizações que produzem e vendem bens e serviços”, João Pedro Azevedo, presidente do Conselho de Administração da Savinor, afirmou que a empresa “não hesitou, perante um problema dramático muito complicado, fazer aquilo que estava ao seu alcance”. “A parte que fazemos é a parte mais fácil, que é tentar divulgar e ceder as instalações, porque são estas pessoas que mostram a vontade do povo trofense que, perante uma causa que consideram justa e importante, conseguem mobilizar-se e isso é que é notável”, realçou.
Os apelos para ajudar o Eduardo desencadearam uma verdadeira onda de solidariedade na Trofa e região e estima-se que esta tenha sido uma das maiores colheitas realizadas até hoje no concelho. Quem o diz é José Magalhães Moreira, vice-presidente da autarquia trofense que, apesar de já não poder dar sangue, deslocou-se à empresa para se associar a esta causa.
“Os trofenses há muito anos vêm demonstrando um grande espírito de solidariedade e neste caso específico podemos dizer que o concelho da Trofa é aquele que tem em termos percentuais maior quantidade de dadores relativamente aos dadores potenciais”, referiu.
Satisfeito por assistir a uma colheita “ao nível das melhores que até agora houve”, o autarca lembrou a importância de realizar colheitas com regularidade “no sentido de aumentar cada vez mais o número de inscritos no CEDAC – Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão – para poder aumentar as probabilidades de dadores compatíveis”.
Mais 40 mil dadores em 2009
Nos jornais, na televisão, nos estabelecimentos comerciais, nas empresas e através de inúmeras mensagens na Internet. Por todo o concelho e muito mais além, os pedidos de ajuda para o pequeno Eduardo multiplicaram-se, quase à mesma velocidade com que este menino está a lutar contra o tempo.
Depois da primeira colheita na Savinor, seguem-se mais duas, na Junta de Freguesia de S. Romão do Coronado no dia 17 de Janeiro e na Junta de Freguesia da Maia, no dia 24 deste mês. Ambas as acções decorrem entre as 10 e as 16 horas.
Com o aumento do número de apelos que têm surgido nas redes sociais e na comunicação social e com as campanhas realizadas pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e pelos Centros de Histocompatibilidade do país o número de dadores em Portugal tem vindo a aumentar.
Em 2008, havia 142 691 dadores de medula óssea inscritos no registo nacional, número que subiu para 182 485 em 2009, um aumento de quase 40 mil dadores, avançou à Agência Lusa Duarte Lima, da APCL. Relativamente aos transplantes feitos com dadores fora da família do doente, realizaram-se 55 em 2000, mais seis do que em 2008. É neste campo que se registam os maiores resultados.
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