Trofa em chamas: Arderam mais 100 hectares de floresta

A zona florestal das freguesias de Santiago de Bougado, S. Romão do Coronado e Covelas tem sido fustigada pelas chamas. Já arderam mais de 100 hectares. Incêndio voltou a reacender.

Os trofenses viveram momentos de aflição nos últimos dias. O motivo: os incêndios florestais que fustigaram as zonas verdes do concelho.

As labaredas, o calor e o fumo intenso não deram tréguas aos Bombeiros da Trofa que não tiveram mãos a medir e, por isso, solicitaram o apoio de várias corporações de bombeiros vizinhas e até um meio aéreo ajudou no combate às chamas. O som das sirenes e a correria dos carros de bombeiros começou na sexta-feira, cerca das 18 horas, altura em que deflagrou um incêndio no Alto das Coelhas, em Lantemil (Santiago de Bougado). As chamas avançaram, depois, para o Monte Cabrito, na freguesia de Covelas.

O combate ao fogo mobilizou 58 operacionais de várias corporações, auxiliados por mais de 20 viaturas e um meio aéreo, que se manteve no terreno até às 20 horas. Durante mais de três horas, os bombeiros tentaram extinguir as chamas, que foram dadas como dominadas às 21.10 horas. As dificuldades nos acessos, aliada à falta de meios disponíveis, foram os principais obstáculos dos soldados da paz.

Muitos populares dirigiram-se ao local, mas enquanto uns ajudavam os bombeiros no combate às chamas, outros tiveram mesmo de ser afastados pela Polícia Municipal e pela GNR da Trofa, por se encontrarem em perigo devido à aproximação das chamas.

No auxílio aos bombeiros estiveram, ainda, a Protecção Civil, a Afocelca, o SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) e GIPS (Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro) da GNR, os Sapadores Florestais da Associação de Silvicultores do Vale do Ave e a BMIF (Brigada Municipal de Intervenção Florestal) da Câmara Municipal da Trofa.

Depois de extinto o fogo na noite de sexta-feira, este reacendeu na manhã de sábado. No entanto, a situação apenas se agravou ao início da tarde, com a força do vento a impelir as chamas em direcção aos montes próximos do lugar da Sardoeira, em Covelas, e aos aviários da Savinor, em S. Romão do Coronado.

Joaquim Moreira, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, explicou que “o flanco do fogo encostou-se aos aviários”, mas “nenhum deles foi afectado”.

Os bombeiros dominaram, mais uma vez, as chamas que foram extintas já na madrugada de domingo. As corporações da Trofa, Vila do Conde, S. Mamede Infesta, Paços de Ferreira, Moreira da Maia, Matosinhos, Leixões, Gondomar e Portuenses somaram um total de 67 elementos e 20 viaturas no combate.

Apesar dos esforços dos soldados da paz, as chamas voltaram a mostrar a sua força na segunda-feira e aproximaram-se de algumas habitações que, mesmo assim, não estiveram em perigo.

O incêndio, que começou no Alto das Coelhas, em Santiago de Bougado, atravessou o Monte Cabrito em Covelas e invadiu S. Romão do Coronado, destruiu mais de 100 hectares de floresta. Este é até então o maior incêndio a deflagrar no concelho durante a época de fogos deste ano.

Chamas colocam habitações em perigo em Covelas

Antes deste incêndio de grandes proporções, os soldados da paz trofenses já tinham estado em Covelas para combater um fogo que pôs os moradores do lugar de Rindo em sobressalto. A força do vento levou as chamas para junto de algumas habitações e chegou a temer-se o pior. Filipe Coutinho, 2º Comandante dos Bombeiros Voluntários da Trofa, explicou ao NT/TrofaTv que, “só após a chegada da primeira viatura ao local é que os bombeiros se depararam com a proximidade do fogo às habitações”. Depois disso, “a prioridade foi proteger as moradias”, assegurou o responsável da corporação da Trofa.

As chamas que começaram em Covelas originaram um outro foco de incêndio na vizinha freguesia de S. Romão do Coronado, próximo da Unidade de Saúde Familiar. No entanto, os Bombeiros da Trofa dominaram rapidamente o fogo.

Para combater os dois incêndios, que destruíram 18 mil metros quadrados de mato e floresta, estiveram no terreno mais de duas dezenas de Bombeiros da Trofa e de Vila da Conde, bem como a BMIF da Câmara Municipal da Trofa.