Edição 778
Trofa deixou de ter a água mais cara do país, mas ainda está no Top 5
A DECO Proteste anotou a descida do preço da água no concelho da Trofa que, apesar disso, ainda continua entre os concelhos com a fatura mais cara do país. Agora quem lidera é Vila do Conde, também com concessão da Indaqua.
Em julho de 2021, a Câmara Municipal Trofa anunciava a renegociação do contrato de concessão da água, traduzida na redução da tarifa em 58% para os consumidores do primeiro escalão e em cerca de 20% para clientes não domésticos e instituições. O acordo com a Indaqua, que em troca ficou viu a concessão prolongada por mais 15 anos além dos 35 que estavam em vigor e os aumentos no caso de inflação anual salvaguardados, permitiu ao concelho sair do topo da lista dos que têm a tarifa mais cara do país. Mas continua perto.
Segundo um estudo recente da DECO Proteste, é em Vila do Conde, também concessionada pela Indaqua, onde se consome a água mais cara, com um custo de “250,02 euros” para um consumo anual de 120 metros cúbicos. A Trofa, com um custo de 175,77 euros, está apenas atrás de Gondomar (213,69 euros), Celorico de Basto (207,93 euros) e Baião (207,93 euros).
Se considerarmos o valor total de abastecimento de água, saneamento e resíduos sólidos urbanos (RSU), Vila do Conde continua a liderar, com 480,21 euros para consumo anual de 120 metros cúbicos, seguindo-se Baião (453,32 euros), Celorico de Basto (451,10 euros), Gondomar (443,62 euros) e Trofa (441,98 euros), o último com um custo de 170,21 euros para o saneamento e 96 euros para os RSU.
Do outro lado, surge Vila Nova de Foz Côa, com uma fatura global anual de consumo de água, saneamento e RSU de 88,20 euros. O concelho onde menos se paga pela água é Terras do Bouro, com um custo de 46,50 euros por 120 metros cúbicos.
“No top dos 20 concelhos com a fatura global mais elevada em 2021, para um consumo anual de 120 metros cúbicos, estavam Vila do Conde, Santo Tirso e Trofa. Em 2022, Santo Tirso e Trofa baixaram de lugar no ranking, devido à redução dos custos do serviço de abastecimento de água em 65,60 euros por ano. A redução anual para um consumo de 180 metros cúbicos é ainda mais significativa, de 89,57 euros”, anota a DECO Proteste no estudo que apresentou.
Para esta entidade, a discrepância entre tarifários “reflete a necessidade de regulação que garanta a harmonização de preços nos vários concelhos e que promova o uso eficiente da água e a adequada recuperação de custos”.
Água da rede pública chega a todas as freguesias
Aquando do anúncio da redução da tarifa da água, a autarquia da Trofa deu ainda conta de que a renegociação do contrato incluía também a “antecipação de investimentos importantes”, que ascendem os “1,4 milhões de euros”. O objetivo é “chegar a cem por cento” da cobertura e, portanto, fazer com que a água da rede pública chegue a “todas as freguesias, até 2026”.
Entretanto, iniciou a empreitada da Indaqua na freguesia de Covelas. Em comunicado, a concessionária refere que o projeto implica “um investimento de 500 mil euros”, com uma extensão de “4,5 quilómetros”, chegando “a mais 110 alojamentos”.
“A adesão da população a este serviço também está a ser bem-sucedida, uma vez que, mesmo antes da conclusão da obra, mais de 75% dos alojamentos assinaram já contrato para o futuro fornecimento de água”, indicou a empresa, que acrescenta dados relativos à atividade no concelho, com “um investimento superior a dez milhões de euros” e construção de “mais de 210 quilómetros de condutas e 5300 ramais”.
“Estender o acesso à rede de água tem sido uma prioridade, ao longo de toda a vida da nossa concessão, tanto no concelho da Trofa como de Santo Tirso. O objetivo passa por garantir que os consumidores possam deixar de recorrer a captações particulares de água, como os poços e os furos que, muitas vezes, não garantem a qualidade e segurança necessárias ao consumo humano. É por isso que, para além dos investimentos consecutivos, procuramos também sensibilizar a população para o facto de a ligação das habitações à rede ser um ato benéfico para a saúde pública”, explicou Anabela Alves, diretora-geral da INDAQUA Santo Tirso/Trofa.
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