Edição 522
Trilogia da Assembleia Freguesia de Bougado
Parte II – “A prioridade social, prometida e esquecida!”
As políticas sociais foram as bandeiras políticas de todas as forças concorrentes às eleições autárquicas de 2013. Eram populares e atingiam a grande massa da população que, dada a conjuntura económico-social que o país atravessava e continua a atravessar, emergiu carências básicas e a vários níveis: dificuldades das famílias em fazer uma alimentação digna; dificuldades na aquisição de medicamentos para os que deles dependem; dificuldades na aquisição de manuais escolares para os que têm filhos em idades letivas; dificuldades no pagamento das rendas de casa ou, o flagelo das prestações ao banco para os que perderam os empregos. Outros ainda, numa fase mais extrema das dificuldades, para fazer face a cortes de água ou energia, quando já anteveem e vivem a angústia da perda das suas habitações.
A Trofa, em linha com o panorama nacional, viu estes flagelos atingir mesmo os que nunca se imaginaram em tal problema, e que por isso se calam, nascendo a denominada “pobreza envergonhada” e o sofrimento que fica entre quatro paredes, com consequências sociais dramáticas!
A coligação “Unidos Pela Trofa” que venceu o ato eleitoral em Bougado não foi exceção no compromisso das promessas eleitorais. Fez as pessoas acreditar numa política de proximidade, entre um executivo com dinheiro para gerir (quase um milhão de euros) e fregueses (habitantes da freguesia) com as necessidades básicas elencadas! Reafirmou o seu presidente, Luís Paulo, já no decurso do mandato, a 13 de junho de 2014, em entrevista ao jornal “O Notícias da Trofa”: “ Não esquecemos os nossos idosos e os nossos mais jovens, cuja dependência e vulnerabilidade fazem com que muitas vezes não consigam ser devidamente escutados quanto aos seus anseios e problemas. Por isso, dedicaremos uma especial e particular atenção aos mais necessitados, reclamando para os mesmos a solidariedade que lhes é devida” – Palavras sábias de discurso político…
Mas, a realidade das contas de 2014, apresentadas na Assembleia de Freguesia, no passado dia 23 de abril, desmente categoricamente a vontade propagandeada, com números concretos de Ajudas Sociais aos “mais carenciados” a não ultrapassar os 3% do orçamento. Apenas cerca de 25.000 euros, dos 994.817,07 euros que lhes coube gerir, foram aplicados nestas necessidades concretas dos Bougadenses!
A esta situação, medidas como o afastamento das estruturas de Apoio Social, como é exemplo a Cruz Vermelha da Trofa a quem ofereceu (quis impor!) uma verba de ajuda de 500 euros/anuais (menos de 42 euros por mês!), demonstraram claramente o falhanço da pretensão assumida! Além da forma taxativa como menciono os números, acrescento também as atitudes e comportamentos evidenciadas, ao não ser capaz de evitar polémicas com uma instituição secular, de implantação nacional e internacional, em prejuízo dos mais altos interesses da freguesia que dirige. Mantém ainda o corte de fornecimento de energia, à mesma Cruz Vermelha, no projeto de serviço de refeições sociais “Porta de Sabores” (Largo da Feira), em linha com o desinteresse social e arrogância no exercício do poder, que vem caracterizando o mandato!
A política do paralelo (faz e desfaz) e da construção que, sendo importantes, não podem ser tidas como obsessão. Afasta-se, por isso, da realidade social atual em prejuízo da felicidade dos Bougadenses. Com estas políticas “o orgulho trofense” escreve-se com letras minúsculas!
Na próxima edição, a Parte III – “O estranho regulamento para vendedores ambulantes de lotarias”.
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