Ano 2007
Taça de Portugal em BTT corre-se em S.Gens
A Trofa vai receber o próximo fim-de-semana (31 de Março e 1 de Abril) a prova a contar para a Taça de Portugal de BTT. Organizada pela Associação Recreativa de Paradela. José Costa, responsável pela secção de BTT, em entrevista ao NT salientou que a promoção e divulgaçao da prova foi este ano "boicotada" já que "este ano, deparamo-nos com a retirada das lonas de promoção por nós colocadas em zonas estratégicas da cidade e que visam promover o evento junto dos cidadãos trofenses.
No entanto as mesmas foram mandadas retirar por um responsável da EDP de Santo Tirso, o que me leva lamentar que sendo concelho há 8 anos, continuemos, e tal como no passado, a ser prejudicados por gentes de Santo Tirso", acusou José Costa, asseverando ainda que "com esta atitude foi prejudicada não só a divulgação da prova mas foram deitadas por terra muitas horas de trabalho de pessoas que defendem o fenómeno associativo, mesmo que para isso, como foi o caso, tenham de prejudicar as horas de vivência com os seus".
No entanto as lonas foram novamente colocadas pela Associação mas agora em locais menos visíveis, "visto não nos ser permitido utilizar os postes da EDP para passar as cordas que suportam as mesmas", lamentou José Costa.
O Noticias da Trofa (NT) – Quais as principais motivações que levam a AR Paradela a organizar mais uma vez uma prova a contar para a Taça de Portugal de BTT?
José Costa (JC) – A equipa de BTT da A.R. Paradela / Município da Trofa é apontada por parte de todos os intervenientes do BTT nacional como uma equipa de referência quer pelo seu comportamento desportivo, quer pela sua capacidade organizativa. Assim, a nossa candidatura à organização destas provas surge de uma forma natural e legítima e, para nós são vistas como um meio de promover o desporto do nosso concelho.
NT – Qual a logística que é necessário reunir para tornar a prova possível?
JC – Na verdade, a prova começa a ser preparada quatro meses antes da sua realização, sendo feito um levantamento de todas as necessidades, necessidades essas que são transmitidas à câmara municipal, que surge assim como nossa parceira na realização do evento.
Posso adiantar que é uma operação que envolve uma logística muito grande e que envolve a mobilização de muita gente, especialmente no fim de semana em que a prova é levada a efeito.
NT – Usufruem de algum tipo de apoio institucionais ou de empresas para a organização desta prova?
JC – Sim, pelo que atrás referi, a câmara municipal é o nosso principal parceiro assim como as empresas Metalúrgica Progresso da Trofa, Pasual, Ricajo, Construções Domingos da Silva Carneiro, Carnes Carneiro e a Halcon Viagens(Porto-Pinheiro Manso).
NT – Quantos atletas estão inscritos e quais as principais equipas concorrentes?
JC – Estão inscritos cerca de 400 atletas com as melhores equipas nacionais presentes e também algumas estrangeiras, principalmente espanholas que vêm a Trofa pelo facto de a nossa prova ser pontuável para o ranking da UCI (União Ciclista Internacional) e assim poderem amealhar pontos que lhes dá direito a poderem competir em provas da Taça do Mundo.Temos também em aberto a possibilidade de ter na Trofa a equipa oficial da Honda que apesar de ainda não ter confirmado a sua presença, já nos contactou no sentido de virem correr a S. Gens.
NT – Porque escolheram o monte de S.Gens?
JC – Pode parecer estranho que sendo a nossa associação de Paradela, façamos o evento em S. Gens. Tal deve-se ao facto de ser este o único monte do concelho que apresenta características técnicas que vão de encontro às exigências que a União Ciclista Internacional nos apresenta. Daí a razão da, não diria escolha, mas sim obrigação de colocar a prova em S. Gens.
Também entendo, que com o evento a decorrer em S. Gens temos todos a ganhar, pois assim damos uma outra dimensão ao mesmo, deixando assim de este estar sectorizado a uma aldeia do concelho, para estar posicionado num monte que é símbolo de todo o concelho e assim, entendo que até em termos de imagem e projecção da própria associação se colhem maiores dividendos.
NT – A nova Direcção da AR Paradela tem apoiado a organização e realização desta prova?
JC – Não só desta prova, mas também em tudo o que ao BTT diz respeito. A direcção mudou mas, quanto a BTT tudo se manteve como estava dantes o que considero muito bom, quer para a equipa, quer para a própria associação.
NT – Quais os resultados que têm sido alcançados pelos atletas da AR Paradela?
JC – A época acabou de começar, a prova da Trofa é a 2ª da Taça de Portugal, mas na prova anterior que decorreu no Algarve, colocamos um atleta no pódio o que já considero bastante importante, visto tratar-se a Taça de Portugal a prova mais importante do calendário nacional de BTT.
NT – Porque escolheu praticar BTT e não outra modalidade?
JC – O BTT é uma modalidade que me permite fazer em simultâneo duas coisas de que muito gosto: andar de bicicleta e conviver com a natureza. Daí a escolha. Dizer também que é excelente o ambiente que se vive neste meio, em que todos são amigos uns dos outros, apesar de adversários no terreno, podendo assim referir serem estes os três principais motivos que me levam à prática desta modalidade.
NT – Explique como funciona uma prova de BTT não só a nível de procedimentos mas a nível JC – de pontuações e resultados?
A nível do calendário nacional cada prova decorre durante três dias, começando na sexta -feira com a possibilidade de reconhecer o percurso a pé, no sábado e durante todo o dia decorrem os treinos livres, podendo durante a manhã fazer-se descidas com paragens para uma análise mais cuidada das trajectórias. À tarde e no mesmo dia, as descidas terão de ser feitas em continuo.
No Domingo há ainda a possibilidade de descer entre as 8 e as 9h30 em regime de treinos livres. A partir das 10h30 começam as mangas cronometradas, sendo que o melhor tempo obtido pelos atletas em qualquer uma das duas mangas é aquele que vai conduzir à sua classificação final.
A classificação a nível de equipas, é obviamente reflexo dos resultados individuais de cada um dos atletas que a compõem , sendo que, são considerados para a classificação colectiva as classificações dos 3 melhores atletas de cada equipa.
NT – Considera o BTT uma modalidade perigosa e muito radical?
JC – O Down-Hill é uma modalidade do BTT muito radical, mas que, ao contrário daquilo que é comum as pessoas pensarem, não é muito perigosa. O perigo associado a esta modalidade está associado ao procedimento e modo de pensar de cada atleta. É necessário fazer um bom reconhecimento do percurso para se poder descer mais rápido nas mangas cronometradas e em maiores condições de segurança.
Corremos como equipa há 6 anos e nunca tivemos um atleta com uma lesão grave na prática do Down- Hill, pensando que isso é significativo e elucidativo da forma como encaramos e estamos nesta modalidade.
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