Ano 2009
Suzana Borges, Laura Soveral e Mário Cláudio homenageados com a Pena de Camilo
As actrizes Suzana Borges e Laura Soveral e o escritor Mário Cláudio foram os grandes protagonistas da noite de abertura do Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Vila Nova de Famalicão – Famafest’2009, que decorreu no passado sábado, ao serem homenageados com a Pena de Ouro de Camilo, galardão que todos os anos distingue diversas figuras da cultura portuguesa, consagrando as suas carreiras artísticas.
Suzana Borges, que tem sido reconhecida pelos seus trabalhos em cinema, nomeadamente no filme “Corrupção”, estando a celebrar 30 anos de carreira, mostrou-se “muito satisfeita e honrada” com o galardão, assinalando que este prémio lhe deu a oportunidade de “recordar alguns momentos da sua carreira”. Também Laura Soveral disse estar “muito feliz”, com a homenagem.
Por sua vez, Mário Cláudio, conhecido como um escritor camilianista, dada a sua ligação ao romancista Camilo Castelo Branco, não escondeu a “emoção”, no momento em que foi contemplado com a Pena de Camilo.
Para o presidente da Câmara Municipal, Armindo Costa, a entrega do galardão Pena de Camilo, “é uma forma simples com que Famalicão e o Famafest reconhecem o trabalho daqueles que, na literatura, no cinema, no teatro ou na televisão dão corpo e alma à cultura portuguesa”.
Por sua vez, o director do festival, Lauro António recordou que a essência do Famafest está na ligação entre o cinema e a literatura, daí a homenagem a figuras de ambas as áreas artísticas.
Neste âmbito, o Famafest’2009 irá homenagear ainda com a Pena de Camilo o escritor Urbano Tavares Rodrigues e o encenador e critico de teatro, Luís Miguel Cintra.
A decorrer até 22 de Março, o Famafest leva a quatro salas do concelho (aos dois auditórios da Casa das Artes, à Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco e ao Centro de Estudos Camilianos, em S. Miguel de Seide) a exibição gratuita de mais de uma centena de filmes, dos quais se destacam as trinta obras a concurso. A avaliar as obras a concurso estará um júri composto por ilustres figuras nacionais e internacionais da sétima arte e da literatura, como as actrizes portuguesas Laura Soveral e Suzana Borges, a actriz galega Uxia Blanco, o realizador e director de “Cinemas Digitais” da Galiza, Anxo Santomil, o director do Festival de Inverno da Bósnia, Ibrahim Spacic, o musicólogo João Pereira Bastos, o sociólogo António Colaço e o escritor Fernando Dacosta.
Por outro lado, a programação infantil volta a ser uma marca do Famafest, garantindo a promoção do cinema entre o público escolar.
Para Armindo Costa “a acção do Famafest no domínio da promoção do cinema tem sido fundamental”. E acrescentou: “O Famafest é uma iniciativa de inegável valor cultural, que muito tem contribuído para a formação de novos públicos e para a projecção de Famalicão no mundo do cinema”.
“FAMALICÃO É UMA TERRA DAS ARTES, DA CULTURA E DO CONHECIMENTO”
Durante a cerimónia de abertura do Famafest’2009, Armindo Costa aproveitou a ideia de que o cinema é a sétima arte, para demonstrar que Vila Nova de Famalicão “é um concelho onde todas as artes têm lugar e onde todas são acarinhadas e desenvolvidas”.
Neste âmbito, o autarca referiu que “da arquitectura clássica e românica de mosteiros, igrejas e pontes à arquitectura moderna do Centro de Estudos Camilianos, em S. Miguel de Seide, projectado por Siza Vieira”; “da literatura de Camilo Castelo Branco, o grande inspirador do modelo temático do Famafest, aos festivais de música e concertos que percorrem a cidade e o concelho” e “dos espectáculos de teatro que animam os vários espaços culturais do município às exposições de pintura e escultura que enchem de vida os nossos museus, em Famalicão respira-se arte a todos os níveis e em toda a sua plenitude”.
Em associação às artes, “a cultura e o conhecimento surgem como apostas fundamentais da nossa política municipal”, destacou, lembrando a Biblioteca Camilo Castelo Branco, que entre outras colecções, disponibiliza um espaço com 12.500 títulos da biblioteca particular de Eduardo Prado Coelho, o Museu de Bernardino Machado, “considerado por muitos historiadores como um centro obrigatório para quem quiser estudar e investigar a I República Portuguesa”, a Fundação Arthur Cupertino de Miranda, “com quem estamos a trabalhar em parceria com vista à construção do Museu do Surrealismo, com um centro de estudos associado, que vai acolher o espólio de Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, entre outros artistas”, o Museu Ferroviário e o Museu da Indústria Têxtil.
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