Edição 640
“Sinto que é premente a existência de uma voz que não seja alinhada com o poder”
Entrevista a Paulo Queirós, candidato da CDU à Assembleia Municipal da Trofa
Caso seja eleito presidente da Assembleia Municipal da Trofa, Paulo Queirós pretende que as sessões sejam públicas, transmitidas ao vivo e realizadas em diversos pontos do concelho.
O Notícias da Trofa (NT): Por que se candidata à Assembleia Municipal da Trofa?
Paulo Queirós (PQ): Aceitei a candidatura à Assembleia Municipal da Trofa, pois senti que a minha experiência nesta Assembleia poderia potenciar uma melhor participação, porque sinto que é ainda mais premente a existência de uma voz que não esteja alinhada com o poder, nem que tenha ligações a anteriores poderes. Que seja livre e independente, que lute apenas por dar voz aos que menos têm oportunidade de ser ouvidos.
Porque sinto que, com a ajuda dos meus camaradas, posso ser essa voz, muitas vezes incómoda, que levanta problemas que de outra maneira não seriam discutidos na Assembleia Municipal.
NT: Quais as propostas que apresenta para o mandato?
PQ: Os poderes do presidente da AM são limitados. No entanto, gostaria que as Assembleias fossem efetivamente públicas e transmitidas ao vivo.
Manter a realização de Assembleias Municipais em diversos pontos do concelho, tendo em conta a limitação técnica e de pessoal existentes.
Apresentar uma proposta de orçamento para o funcionamento das AM, que não limite a sua atuação.
Ser um verdadeiro órgão fiscalizador das atividades municipais, procurando que o executivo seja mais transparente e colaborante com as oposições.
Partilhar em sítio próprio as informações mais relevantes e as atas das Assembleias realizadas. Disponibilizar a documentação aos eleitos o mais rapidamente possível, sem esperar pela limitação legal.
Criar local de trabalho para os Grupos Municipais poderem preparar condignamente as Assembleias.
NT: De que forma pretende atrair os cidadãos para participarem nas assembleias?
PQ: Divulgando as convocatórias por todo o concelho, nas redes sociais e nos órgãos locais de informação, atempadamente.
Não constrangendo a participação dos munícipes, procurando valorizar a sua participação cívica.
Realizar ações de sensibilização para a cidadania nas escolas, promovendo a participação juvenil.
Procurar envolver a comunidade associativa na participação das assembleias.
Demonstrar isenção e aceitar as diferentes opiniões sem julgamentos de carácter e valor.
NT: Considera importante que na Câmara e na Assembleia Municipal seja a maioria do mesmo partido ou movimento político? Porquê?
PQ: De maneira nenhuma. O mais importante é que se aceite as regras democráticas, que se valorize o interesse do concelho e que as decisões sejam tomadas, tendo em conta o desenvolvimento concelhio e das populações e não os interesses políticos ou partidários.
Ainda que eventualmente essas maiorias sejam atingidas, o que importa é que não se tenha tiques de prepotência, falta de isenção e arrogância. De salientar que, com uma maioria do mesmo partido nos dois órgãos, torna-se ainda mais difícil o trabalho da oposição.
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