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Silence 4 no Multiusos de Guimarães Foto-Reportagem

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Ontem à noite o concerto SongBook 2014 de Sofia Lisboa, Tozé Pedrosa, Rui Costa e David Fonseca encheu um Pavilhão Multiusos de Guimarães de fãs de Silence 4 muito animados e com enorme vontade de celebrar. Aliás, comemorar parece-nos ser a palavra chave deste “reencontro” da banda de Leiria. Uma mini-tourné que celebra a vida, num pedido de Sofia Lisboa, que depois de lutar durante três anos contra uma leucemia, reune a banda mais de uma década depois do fim.

Em Guimarães, passava já um pouco das 22h quando as luzes se apagaram e no ecrãs colocados ao lado do palco começou a passar um vídeo com entrevistas e imagens da banda. Uma espécie de viagem no tempo, começada em 2014, percorrendo ano a ano até chegar aos finais dos anos 90. Terminada a projeção de vídeo, os músicos entraram no palco, com uma enorme cortina vermelha colocada no fundo. Através dela iriam entrar os vários adereços que foram animando o concerto. A atuação começou em grande com Little Respect, o primeiro hit da banda, uma cover do tema dos Erasure, que surgiu em 1997 no âmbito da coletânea Sons de Todas as Cores. De seguida Old Letter, Dying Yound e Borrow. Assim de rajada, obrigando as gargantas a se afinarem cedo na noite gélida do Norte. Um momento especial surgiria pouco depois quando um carro desceu do “tecto” do palco. Sim, um carro. E eis que surgiram os primeiros acordes de My Friends. Claro, só podia. O desfile de adereços continuou (já tinha entrado em palco um aquário gigante com direito a peixinho, também gigante, e várias cadeiras penduradas por cima dos músicos), e até um farol coube em palco. Quanto à música, o elemento principal, continuou a bom ritmo. Angel’s Song, Cry, To Give, Sextos Sentidos, Eu Não Sei Dizer, Only Pain is Real, Empty Happy Song, entre outras. E eis que a banda se levantou e se despediu. Um pavilhão inteiro começou a aplaudir e o público das bancadas levantou-se para acompanhar a plateia. Pouco depois a banda regressou a um palco “improvisado” no meio da plateia. Num formato intimista, a replicar um ensaio, David rodeado dos restantes elementos, falou muito com o público, tendo-se criado aquela empatia já familiar do músico com o público. Ouviram-se Cruel, Self Sufficient, Silence Becomes It e Goodbye Tomorrow. A banda retirou-se de novo, mas voltou ao palco principal para acabar em êxtase com Search me Not, Breeders, Borrow, My Friends e Little Respect

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E assim terminou a celebração do regresso. Pelo menos a Norte do país. Segue-se o Meo Arena em Lisboa no próximo fim-de-semana, 15 anos passados desde a atuação em Dezembro de 1998 perante uma audiência delirante que esgotou por completo o recinto. E o futuro? Esse aguarda-nos. Não sabemos se foi o fim de um ciclo que começou em tardes solarenga e salas pequenas em Leiria em 1995, ou se algo mais se seguirá. A banda, que tinha ganho o Festival Termómetro Unplugged, gravou em 1997 a cover de A Little Respect, tendo a editora Polygram interessando-se por eles e surgindo no ano seguinte Silence Becomes It. O sucesso do primeiro álbum foi tão estrondoso como inesperado, vendendo mais de 240 mil cópias, atingindo as seis platinas e tornando-se um dos discos mais vendidos de sempre no país. Em seis meses, seguiu-se uma centena de concertos, correndo o país, com Borrow a ser contada por todo o lado. Dois anos depois surgiu Only Pain is Real, e pouco depois o fim no auge da carreira da banda. Agora um reencontro, que certamente poucos podiam imaginar, mas que imensamente agradou a muitos. 

Texto: Joana Vaz Teixeira

Fotos: Miguel Pereira

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