Sérgio Humberto indicado para integrar lista da AD ao Parlamento Europeu

Sérgio Humberto vai ser candidato ao Parlamento Europeu. O presidente da Câmara Municipal da Trofa já foi indicado pela distrital do PSD do Porto para integrar a lista da Aliança Democrática às eleições europeias, que decorrem a 9 de junho, noticia, esta quarta-feira, o JN.

O trofense, que é presidente da estrutural distrital social-democrata, prepara-se para abraçar uma carreira política na Europa, assunto com o qual foi dissertando em vários discursos, em cerimónias oficiais, nos últimos meses.

Em dezembro, Sérgio Humberto levantou o véu e referiu que, mais importante do que estar em Lisboa, era estar no centro das decisões europeias. E nos vários discursos em ações públicas, tem dissertado sobre a importância das decisões tomadas em Bruxelas, em detrimento das tomadas em Lisboa.

Fontes ligadas à autarquia confirmaram ao NT que António Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal tem reunido com chefes de divisão dos pelouros de Sérgio Humberto para tomar conhecimento do ponto de situação dos dossiers, uma vez que, caso Sérgio Humberto suspenda o mandato ou renuncie ao cargo, será ele a assumir a presidência, enquanto o lugar de vereador vago deverá ser ocupado pela atual chefe de gabinete do município, Daniela Campos, pessoa que se seguia nas listas autárquicas de 2021.

Nas últimas eleições europeias, o PSD elegeu seis deputados, sendo que três deles assumiram lugares de ministros e uma o cargo de secretária de Estado no Governo de Luís Montenegro.

O nome de Sérgio Humberto carece agora de validação por parte do líder do partido, Luís Montenegro, decisão que acontecerá a 20 de abril, na reunião do Conselho Nacional do PSD, na qual será aprovada a lista dos candidatos às eleições europeias de 9 de junho.

Segundo uma sondagem do canal de televisão Euronews, “a menos de três meses das eleições europeias de 2024, o Partido Social Democrata (PSD) aparece como a formação política portuguesa mais votada, consolidando a viragem do país à direita, já expressa nas legislativas antecipadas de março”.

Os sociais-democratas surgem na primeira posição com 31%, ligeiramente à frente do Partido Socialista (PS), que apresenta 29,6% das intenções de voto.

A proximidade entre os dois grandes partidos portugueses reflete-se no número de mandatos – ambos conseguiriam eleger oito eurodeputados, o que significa que o PSD ganharia dois representantes face às eleições de 2019.

Ainda segundo a Euronews, “o Chega cimenta o estatuto de terceira força política nacional ao reunir 14,2% das intenções de voto dos portugueses para as eleições europeias de junho. Com esta votação, o partido liderado por André Ventura senta três deputados na câmara legislativa da União Europeia”.

Discursos sobre Europa sucedem-se há meses

Em dezembro do ano passado, na Assembleia Municipal da Trofa, quando abordado por Adelino Maia, presidente da Junta de Freguesia de Alvarelhos e Guidões, Sérgio Humberto respondeu que estava “com os dois pés” e “o pensamento na Trofa”, revelando que não integraria as listas do PSD para a Assembleia da República, nas eleições legislativas, que aconteceram a 10 de março.

“Não vou nas listas a deputado, a minha cabeça está cá. Admito, eu gosto muito daquilo que eu faço, dificilmente terei uma profissão que me preencha tanto”, referiu o autarca, que admitiu estar com “menos tempo”, porque “estar à frente do município da Trofa tem sido cada vez mais exigente”.

Um pouco antes, em novembro, por altura do aniversário do concelho, em entrevista ao JN, o autarca trofense não pôs fora de hipótese aceitar outro tipo de funções. “Tenho de avaliar”, referiu o também líder da distrital do PSD.

Curiosamente, Sérgio Humberto tem focado muito o seu discurso nos ganhos vindos de Bruxelas. Na resposta a Adelino Maia, na mesma Assembleia de dezembro, e enquanto enumerava as funções que assumiu noutras entidades por ser autarca da Trofa, Humberto sublinhou a importância de “se fazer lobby” e de adquirir “conhecimentos para trazer investimentos para a Trofa, vindos diretamente de Bruxelas, e não só de Lisboa”.