Edição 709
Santo Amaro em S. Mamede do Coronado
A primeira festa do concelho da Trofa celebra-se em S. Mamede do Coronado e é em honra de Santo Amaro, a 15 de janeiro. Durante todo o dia, os devotos desta paróquia e freguesias vizinhas, acorreram ao altar de Santo Amaro para cumprirem as suas promessas e assistirem aos atos religiosos que se cumpriram na Igreja Matriz.
Seguindo a tradição, os devotos de Santo Amaro rumaram, no dia 15 de janeiro, à Igreja Matriz de S. Mamede do Coronado, para cumprirem suas promessas.
Manhã cedo, pela sete horas, estralejavam os primeiros foguetes para assinalarem o início da primeira eucaristia em honra do Abade Amaro.
Durante todo o dia afluíram à Vila do Coronado centenas de romeiros para assistirem às missas em honra do santo. Pelas 11 horas, realizou-se a eucaristia solene, que foi presidida pelo ex-pároco Manuel Domingues e concelebrada pelo atual pároco Rui Alves e pelo padre José Ramos, das paróquias de Alvarelhos, Guidões e Covelas.
Ao fim da tarde, realizou-se a última eucaristia em ação de graças em honra do santo abade. As festividades encerraram com a atuação do grupo cantares das janeiras.
História e vida de Santo Amaro
Amaro, ou Mauro, terá nascido em Roma, no século VI. Oriundo de uma família romana (era filho do senador Eutichio), os seus pais, aos 12 anos, entregam-no aos cuidados de São Bento, fundador da ordem dos Beneditinos, a fim de terminar a sua formação. O Patriarca Bento, reconhecendo em Amaro elevadas qualidades, em pouco espaço de tempo nomeia-o formador de jovens na escola anexa ao mosteiro do Monte Cassino.
São Gregório viria a exaltá-lo por se ter distinguido no amor, na oração e no silêncio; deixou um grande testemunho de reconhecimento a Santo Amaro: certa vez um colega seu chamado Plácido, estava a afogar-se longe de todos, no açude de Subíaco. S. Bento teve a visão de perigo e pediu a Amaro que fosse salvá-lo, dizendo: “Irmão Amaro, vai depressa procurar Plácido, que está prestes a afogar-se”. Amaro recebeu a bênção do seu superior (S. Bento), correu, andando sobre as águas sem se afundar, agarrou Plácido pelos cabelos e trouxe-o para a margem, salvando-o.
São Bento haverá de incumbir Amaro da importante missão de difundir na Gália (França) a Regra de São Bento, o que executou nos primeiros 20 anos do século VI, vindo a fundar o mosteiro de Glanfeuil (Saint Maur-sur-Loire). Conta-se que, na Ordem Beneditina, Amaro foi encarado como o herdeiro espiritual de São Bento e possível sucessor deste na Ordem e assim aconteceu: quando São Bento foi para o Monte Cassino, Amaro sucedeu-lhe em Subíaco.
As suas principais virtudes são: castidade, humildade, caridade e obediência à Regra da Ordem. Faleceu em 584. É invocado na cura de certas doenças: gripe, reumatismo, rouquidão, dor de cabeça, paralisia, males dos ossos ou de gota. É padroeiro dos transportadores.
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