Ano 2012
Ritmos Ligeiros são novidade na Feira Grande (c/video)
Orquestra Ritmos Ligeiros é novidade na programação de espetáculos na Feira Anual da Trofa. Banda de Música e Rancho Folclórico também atuam no certame.
As velhas paredes de um dos edifícios junto à estação de comboios desativada abafam as notas musicais produzidas pelos instrumentos da Orquestra Ritmos Ligeiros. Para muito contribui uma estrutura que à primeira vista parece ser o último grito da decoração, mas de perto facilmente se depreende a sua origem: caixas de ovos amontoados e coladas com silicone servem de isolador do som.
Há um ano e meio neste espaço, a Orquestra tenta sobreviver, mantendo uma qualidade ímpar, graças ao talento de cerca de 25 músicos, que têm entre os 16 e os 50 anos. Cerca de 60 por cento dos elementos são da Trofa, mas há outros de Vila Nova de Famalicão, Maia, Póvoa de Varzim, Freamunde e Paços de Ferreira.
O desaparecimento de uma orquestra em Famalicão, motivou o nascimento desta na Trofa. Tuba, trombone, clarinete, saxofone e flauta eram os únicos instrumentos dos quatro músicos fundadores do grupo, que decidiram entrar numa aventura. O “mais difícil”, conta o presidente Vítor Dias, foi “arranjar alguém que emprestasse uma bateria” para começar os ensaios. A primeira atuação oficial foi numa iniciativa solidária, “Um Dia Pela Vida”, em 2007, da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Na luta por se manter vivo no panorama associativo, o grupo teve de se adaptar às condições que surgiram. Dos ensaios na sede da Banda de Música da Trofa passaram para um espaço do Atlético Clube Bougadense. Agora, estão numa casa da propriedade do comendador J. Serra, a quem Vítor Dias se sente “muito agradecido” pela colaboração. Em quase cinco anos de existência, a Orquestra Ritmos Ligeiros já passou por Alcobaça, Oliveira de Azeméis, Porto, Vale de Cambra, Aveiro e até já extravasou fronteiras, numa atuação no país vizinho. No entanto, no concelho não passa de uma ilustre desconhecida e as dificuldades em manter-se viva multiplicam-se a cada dia que passa.
Os apoios da Câmara, “a nível de transporte”, e da Junta de Freguesia de Santiago de Bougado são os únicos que permitem ao grupo ir respirando. “Todo o dinheirinho que amealhamos tem dado, ao menos, para pagar o transporte aos músicos, que andam aqui de graça”, sublinhou.
Com boa disposição para dar e vender, Vítor Sousa é o maestro da Orquestra. É ele o responsável pelo repertório vasto do grupo, que tanto toca ABBA e Doors, como Amália Rodrigues e Queen. “A orquestra quando tenta fazer um espetáculo é para tentar agradar a todo o tipo de pessoas”, explicou.
No dia 4 de março, a Orquestra Ritmos Ligeiros tem oportunidade de mostrar o que vale na Feira Anual da Trofa. Vítor Sousa “levantou o véu” do que será o espetáculo, anunciando que o grupo terá a colaboração de Maria do Sameiro. De entre o repertório, o maestro destacou “Foi Deus”, que “cantado pela Maria do Sameiro, terá outro brilho”. “Tudo leva a crer que será um grande espetáculo. Vamos tentar fazer o melhor possível, mas o júri vai estar do outro lado a ouvir”, frisou. O amor à música faz com que os responsáveis da Orquestra lutem pela sobrevivência do grupo. No entanto, o presidente da associação não deixou de fazer o apelo à Câmara Municipal e outras entidades para apostar na prata da casa.
Já Vítor Sousa agradeceu “o empenho de todos os elementos” do grupo e para quem gosta de música garante que as portas da Orquestra “estão sempre abertas”.
Banda de Música e Rancho Folclórico atuam na Feira
À semelhança de outras edições da “Feira Grande” também a Banda de Música e o Rancho Folclórico da Trofa integram o programa de espetáculos do certame. A Banda de Música da Trofa, que dispensa apresentações e é considerada “uma das melhores do país” pelos responsáveis, realiza o tradicional desfile até ao recinto da feira, seguindo-se um concerto sob a batuta do maestro Luís Campos.
Já o Rancho Folclórico da Trofa, que festejou as bodas de ouro, em 2009, neste certame, “apadrinha” o festival de sábado à tarde, com a presença dos ranchos Santa Eulália Constance (Marco de Canaveses) e de S. Mamede de Seroa (Paços de Ferreira).
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