Ano 2007
QUE 2007 ?
O início de qualquer ano é sempre marcado pelo balanço do ano anterior e pelo que se perspectiva seja o seguinte ou, muitas vezes, pelo que se deseja seja o ano que aí vem.
A este propósito é sempre escutado com grande atenção, no nosso país, o discurso de Ano Novo do Presidente da República. E o deste ano deve merecer particular atenção pela nossa parte e sobretudo pelo Governo. O que foi dito pelo mais Alto Magistrado da Nação?
Reafirmando a importância de um relacionamento salutar entre órgãos de soberania, o Presidente não se coibiu de exigir mais da governação do país. Definindo três áreas nos quais espera ver obtidos progressos claros em 2007 – desenvolvimento económico, educação e justiça – o Presidente aumenta a pressão junto do Governo para que o país possa caminhar os trilhos do desenvolvimento.
Ao compreender os sacrifícios que são pedidos mas ao exigir resultados por parte do Governo, o Presidente mostra compreender bem o que perpassa pelo íntimo dos portugueses, mostrando-se extremamente exigente na avaliação da actividade governativa.
O Governo está quase a meio do seu mandato. E embora o Primeiro-Ministro demonstre uma vontade reformista, a realidade é que nas mais diversas áreas foram muito poucas as mudanças estruturais que atingiram um patamar de irreversibilidade. E dessas, muitas têm muito mais simbolismo do que impacto financeiro ou estrutural – o caso do fim dos regimes de saúde especiais na função pública, a lei das Finanças Locais ou o pacto da justiça.
A realidade é que a mãe de todas as reformas está por fazer. A reforma da administração pública, o modo como vai avançar e até onde vão as suas consequências, vai ditar o aparecimento ou não de resultados concretos. E até agora a única coisa que temos ouvido são declarações de intenções ou intervenções pontuais. A realidade é que o ímpeto reformista do Governo ainda mal saiu do papel O mesmo se passa na saúde, na justiça ou na educação para citar apenas os sectores mais sensíveis.
Este é pois o grande desafio do Governo para 2007 e dele vai depender o nosso sucesso ou insucesso enquanto país no balanço que em Janeiro de 2008 fizermos. Esteve bem pois o Senhor Presidente da República quando veio exigir resultados visíveis.
Também em termos locais é muito importante aumentarmos o nosso grau de exigência junto do poder municipal. É evidente que os trofenses não estão satisfeitos com o modo como o nosso município tem sido gerido. Esperavam muito mais e muito melhor.
Por isso temos de exigir resultados. A nossa atitude não pode ser a de ficarmos no sofá, de braços cruzados, criticando mas não assumindo nenhuma atitude pró-activa que ajude a colocar a Trofa nos trilhos do desenvolvimento. Os nossos filhos e os nossos netos não nos perdoarão por não termos sido capazes, assistindo ao avanço medíocre da nossa terra, de inverter este estado de coisas.
Isto só se consegue com maior participação, interesse e empenho nos assuntos relevantes do nosso município.
Como muito bem era referido num editorial de um jornal de referência há poucos dias, “para podermos, no final de 2007, fazer balanços com autoridade, tanto a nível local como nacional, não podemos remeter-nos à simples condição de espectadores”.
JOÃO MOURA DE SÁ
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