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Ano 2009

“Padre” Caridade muda de nome e volta a atacar

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Falso sacerdote foi detido em Felgueiras pela GNR depois de extorquir 100 euros a casal de idosos

Agostinho Caridade, o falso padre detido há dois anos quando baptizava uma criança e suspeito de burlar dezenas de pessoas, voltou a ser detido por enganar um casal de idosos de Felgueiras que conhecera em Fátima.

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Para levar a cabo as burlas, Agostinho Caridade escolheu os nomes de João Amorim e, mais recentemente, na zona de Felgueiras, Agostinho Santos. Foi surpreendido pela GNR, anteontem, quando se preparava para extorquir dinheiro a um casal de septuagenários. Por ordem do procurador de Felgueiras foi posto em liberdade e notificado para se apresentar amanhã em tribunal.

O casal de idosos, ela de 74 anos e ele de 75, conheceram o “padre” Agostinho Santos em finais de Novembro do ano passado, numa peregrinação a Fátima. Agostinho cativou-lhes a atenção e prometeu visitá-los em Felgueiras.

A filha das vítimas, que assistiu a quase tudo e pediu anonimato, contou ao JN que o falso padre participava em vários actos religiosos em Fátima. “Naquele local e vestido de padre ninguém suspeitou tratar-se de um burlão”, afirma.

No passado dia 5 de Dezembro, o burlão apareceu em casa das vítimas, sendo convidado para almoçar. Durante o repasto, ficou a saber que um membro daquela família estava com uma depressão e, desde logo, prontificou-se a realizar rituais de exorcismo, prometendo afugentar os maus-olhados.

Quando Agostinho se despediu, com a promessa de lá voltar, a filha do casal, que deixara junto dele uma carteira com elevada quantia em dinheiro, acabada de levantar no banco, verificou que dois mil euros tinham desaparecido. Suspeitou do “padre”, mas ninguém quis acreditar.

O falso sacerdote regressou a 26 de Dezembro, disposto a curar o enfermo. “A conversa dele era sobre maus-olhados, invejas e bruxarias. E eu não acredito nisso. Desconfiei daquela postura”, recorda a filha do casal. Anteontem, cerca das 17.30 horas, Agostinho voltou, desta feita trajado a rigor. Só que, à espera dele, já estavam os militares do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Penafiel que, debaixo de um intenso nevão, aguardaram horas a fio pela melhor oportunidade para proceder à detenção.

Dentro de casa, o falso padre, paramentado com alba branca e duas estolas, iniciou os rituais benzendo os membros da família e até alguns militares infiltrados. No final, levantou um envelope com cerca de 100 euros, verba destinada à celebração de um trintário (30 missas a celebrar em 30 dias seguidos), em benefício do doente. Foi detido sem oferecer resistência.

Em Junho de 2007, Agostinho Caridade, 36 anos, natural de Barcelos, tinha já sido detido em flagrante numa igreja de Santo Tirso quando dava início a um baptizado. Indiciado por burla e usurpação de funções, celebrou também missas e casamentos e fez muitos peditórios. “Paroquiou” também Albufeira, Fátima e Viana do Castelo e agora usaria Fátima como “centro angariador” de negócios, praticando actos religiosos e abordando fiéis incautos.

Apesar do extenso rol de vigarices, e de andar a contas com a Justiça, Agostinho Coutinho Caridade foi de novo libertado.

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