Edição 655
Presépio no Castro de Alvarelhos valeu 1.º prémio
As rolhas serviram para delimitar o sítio arqueológico, enquanto o musgo pintou o solo. Junto à manjedoura do Menino Jesus, estavam José e Maria, cujas roupas foram feitas de folhelhos de espiga. Já os bugalhos foram utilizados para as cabeças das personagens.
A criatividade dos meninos valeu-lhes o 1.º lugar do concurso, que teve a votação 18 nos trabalhos realizados por particulares e instituições do concelho. O pódio completou-se, respetivamente, com os presépios de Luzia Nogueira, feito em crochê, e da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) da Trofa, concebido através de cascos de árvore.
Célia Gomes, assistente operacional na Escola Básica de Giesta, referiu ao NT que o presépio vencedor demorou “cerca de uma semana” a ser elaborado, uma vez que “os meninos iam aproveitando o tempo dos intervalos”. “Tínhamos como ponto assente que não íamos usar plástico e como somos de Alvarelhos pensamos no Castro para termos uma marca identificativa da Trofa no trabalho”, explicou.
Os outros dois presépios não cumpriam esse requisito, mas acabaram por convencer o júri do concurso, que foi composto pelos convidados da ceia de Natal da delegação da Trofa da Cruz Vermelha. “Os presépios não estavam identificados e ninguém da instituição votou”, denotou Carla Lima, diretora do CLDS Trofa.
“Promover o espírito de Natal e a reutilização de materiais” foi o principal objetivo deste concurso que, pelo número de participações, excedeu as expectativas. “Pela primeira vez, no âmbito dos concursos do CLDS, houve uma participação de uma escola que, por acaso, foi a vencedora. Queríamos juntar instituições e pessoas e conseguimos, com trabalhos de muita qualidade”, sublinhou.
Houve quem usasse bolotas ou batatas para as personagens do presépio e quem acrescentasse no cenário cápsulas de café, latas de atum, papel, cartão e pinhas.
Através dos concursos do CLDS, a delegação da Cruz Vermelha está a reunir um espólio que começa a ser difícil guardar. “Consideramos que são trabalhos que devem ser vistos, mas começamos a não ter espaço. Os presépios vão para a Casa da Cultura no dia 12 e depois logo se vê”, afirmou Carla Lima.
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