Edição 584
Petição para exigir intervenção urgente em pontes que estão “a ruir” no Muro
Álvaro Neves viveu “15 anos” na freguesia do Muro. Mais precisamente, “a cem metros” da estação de comboios, que deixou de ter serventia desde 2002, quando os carris foram desmantelados e o meio de transporte retirado com a promessa política de que para aquele lugar viria o metro. Mas metro nem vê-lo e, sem alternativas, Álvaro sentiu-se forçado a sair do Muro. “Eu e muitas centenas de pessoas”, recorda.
Apesar de, hoje, não residir no concelho da Trofa, Álvaro Neves acompanha de perto todos os capítulos da saga “Metro até à Trofa” e, por conseguinte, os avanços e recuos do processo que deixou algumas freguesias sem mobilidade. “Sinto bem as dificuldades que a região está a passar desde que o comboio foi suprimido”, contou ao NT, quando contactado para explicar a razão de ser o primeiro subscritor de uma petição que exige uma intervenção urgente no antigo canal.
Este abaixo-assinado não tem o mesmo conteúdo que o outro, levado a discussão à Assembleia da República em 2011, porque não tem que ver, diretamente, com a construção da extensão da linha Verde desde o ISMAI até à Trofa, mas sim com a salvaguarda do património afeto ao antigo canal. O subscritor, desagradado com as últimas notícias que dão conta do desinteresse do Governo em avançar com a obra, decidiu “arranjar maneira de pressionar as entidades responsáveis”, nomeadamente a empresa Metro do Porto, que tem a jurisdição do troço, para que faça um estudo sobre a segurança das pontes.
“Uma vez que nunca houve qualquer intervenção de fundo, foram-se agravando as condições estruturais das duas pontes que cruzam o canal da linha na zona do lugar da Carriça e da que cruza a linha na zona do cemitério do Muro, com fissuras enormes nas junções, infiltrações de água nos pilares, aumentando exponencialmente a probabilidade de ruir por causa da degradação a que estão votadas”, pode ler-se na petição. Álvaro Neves reitera que “está em causa a segurança das pessoas que por lá passam”.
A petição coloca a nu ainda um problema de saúde pública: “Há imensos anos que se convive com a escorrência, ao longo do canal da linha que passa junto a habitações, de águas residuais compostas por dejetos humanos e animais de vacarias que existem nas imediações”.
Álvaro Neves considera que “se a Metro do Porto considera que não deve avançar com o metro, pelo menos tem de se responsabilizar pelas infraestruturas do antigo canal”, incluindo “a estação”.
Além da petição na internet (www.peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT82282), corre uma outra de assinaturas presenciais na freguesia do Muro, que esta semana tinha ultrapassado as 200 subscrições. Álvaro Neves espera ter as suficientes para levar o assunto à Assembleia da República “em setembro”.
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