Edição 457
Pedro Passos Coelho na Trofa para convencer militantes
Pedro Passos Coelho esteve na Trofa, na noite de sábado, para se apresentar como candidato do PSD aos militantes dos distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo.
Foi envolta em algum secretismo que decorreu a apresentação de Pedro Passos Coelho como candidato à Comissão Política Nacional do Partido Social Democrata. O auditório da Junta de Freguesia de Bougado, em S. Martinho, foi o palco da sessão, que serviu para que o social-democrata se apresentasse aos militantes do distrito do Porto, Braga e Viana do Castelo.
Perante um auditório cheio, e apesar de um público-alvo extenso, o primeiro-ministro não se coibiu de falar de temas estruturantes para o concelho da Trofa, nomeadamente a variante à Estrada Nacional 14, revelou Sérgio Humberto, presidente demissionário da Comissão Política Concelhia do PSD da Trofa. “Ele conhece muito bem o processo da variante à EN 14 que, neste momento, está classificada como uma das prioridades a poder avançar, apesar de o próximo Quadro Comunitário de Apoio ser muito restrito relativamente às acessibilidades, porque se terem cometido erros terríveis no passado, afirmou em declarações ao NT.
A questão das acessibilidades foi levantada por “militantes”, mas também Sérgio Humberto quis “perceber a sensibilidade” de Pedro Passos Coelho e do Governo “para ajudar a resolver alguns problemas de liquidez do concelho”, uma vez que, à exceção dos 30 milhões inscritos no Programa de Apoio à Economia Local, existe “outro conjunto de dívida insuportável”. “A conversa que tive com ele foi para lhe demonstrar as dificuldades e as ajudas que o concelho da Trofa necessita. É certo que há alguns concelhos nesta situação, mas nós queremos é resolver os nossos problemas. Por isso, falei-lhe das limitações financeiras que o município tem, da dívida enorme que temos e das dificuldades em termos de infraestruturas, porque a nível de património não temos nada”, especificou.
Bomba de Carnaval assustou segurança de Pedro Passos Coelho
Apesar de não ter sido divulgada, a visita de Pedro Passos Coelho deu nas vistas pelo forte dispositivo de segurança montado no exterior da Junta de Freguesia de Bougado. Para além do corpo da segurança pessoal do primeiro-ministro, também a GNR foi mobilizada para o local, com cerca de uma dúzia de militares do destacamento de Santo Tirso, assim como três carrinhas do corpo de intervenção da GNR. Durante a sessão, um acontecimento caricato causou alvoroço.
Na Casa do FC Porto da Trofa, sediada a uns metros da Junta de Freguesia, um grupo de romeiros de S. Gonçalo, de Covelas, terminava a festa que realiza desde há 44 anos. Depois de comer o tradicional caldo, um dos elementos lançou “uma bomba de Carnaval” no exterior da Casa do FCP da Trofa, alertando a segurança de Pedro Passos Coelho. “Qual não é o nosso espanto quando cinco seguranças irrompem pela Casa a gritar ‘polícia’ e a tentarem levar o moço, mas como estavam à civil eu fui o primeiro a pô-los lá fora”, contou ao NT Diamantino Silva, responsável pela organização.
Garantindo que “ninguém sabia que era o Pedro Passos Coelho estava na Junta de Freguesia”, Diamantino Silva lamentou o acontecimento, sublinhando que a festa “terminou de forma estúpida”. “Depois, quando já estavam no exterior, pediram desculpa e compreensão, mas uma bombita daquelas, lançadas por miúdos, ia assustar alguém? Cinco seguranças por causa de uma bomba de Carnaval, pelo amor de Deus, é uma estupidez”, contestou, acrescentando que os seguranças, em vez de “invadirem a casa sem dar cavaco a ninguém”, podiam “ter entrado e perguntado quem era o responsável da casa”.
A situação podia ser ainda mais expressiva se os romeiros, ao invés de lançarem a bomba de Carnaval, tivessem utilizado foguetes, como costumam fazer todos os anos. “Só não mandamos porque o meu pai faleceu uns dias antes”, explicou Diamantino Silva. Invariavelmente, o tema para o resto da noite foi aquele, que deixou “toda a gente de boca aberta”.
O responsável pela organização sublinhou que o problema “foi apenas com os seguranças” de Pedro Passos Coelho e que os militares da GNR “não se meteram no assunto” e “foram muito simpáticos”. Por sua vez, o destacamento garantiu que “imperou sempre a boa educação e o bom senso por parte dos romeiros” e que desconhecia a atividade que decorreu no interior da Casa do FCP da Trofa.
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