Edição 517
Opinião: O chazinho
1- Agora sim. Os nossos cofres estão cheios e temos todos um bom aforro para as peripécias futuras. Palavra da salvação da nossa ministra das finanças. No encerramento das últimas jornadas da JSD, a nossa ministra resolveu brindar-nos com algumas pérolas, entre as quais a rábula dos cofres cheios e o sermão “Crescei e multiplicai-vos”.
Na linha do estilo “a vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor”, Maria Luís Albuquerque (MLA) esquece-se de como esses tais cofres estão cheios e o seu rasto de calamidade. Aliás, por cada moeda desse cofre existe um desempregado, um português que foi obrigado a emigrar (deveras engraçado o programa VEM), uma escola sem material ou um serviço hospitalar sobrelotado e sem condições. MLA também acaba por demonstrar, de uma forma involuntária, uma característica preocupante da casta política que nos governa: a falta de memória histórica. Sendo MLA uma ministra de Estado, esta deveria saber a ressonância das suas palavras, pois qualquer cidadão devidamente informado saberá que esta retórica é antiga e encontra filiação na longa noite fascista e no imaginário do Portugal cheio de lingotes de ouro (consta que os lingotes são de difícil digestão).
“Crescei e multiplicai-vos”. Ora aí está uma bela sugestão aos jotinhas laranjas, mas desnecessária, como bem sabem os trofenses. Por cada chuto numa pedra, aparecem logo dezenas à nossa volta, alguns prontos a defenderem-se de unhas e dentes (literalmente).
2- Sermões também parece gostar de dar a nossa presidente da Assembleia Municipal, Isabel Cruz (IC). Num artigo de opinião publicado no “Correio da Trofa” (edição 41), IC decide dar um “chá” de democracia aos trofenses. No entanto, quem devia beber este chá não são os trofenses, mas os militantes, dirigentes e autarcas do PSD. Se nos recordarmos do comportamento de conhecidos militantes nas assembleias municipais durante o anterior executivo – claque ruidosa na fila de trás, intervenções provocatórias com fita métrica em punho, etc. – sabe que quem precisa de chá são os jotinhas. Mas não só. IC, depois da famosa declaração do presidente da câmara, em que este afirmou “O futuro passa realmente pela Trofa. E quem não acredita, que vá para Santo Tirso.” deveria ter dado o seu artigo em primeira mão ao nosso presidente. Eu acrescentaria um pouco de chá de tília com urbanidade.
IC no seu artigo também usa uma táctica conhecida: primeiro um determinado grupo adopta um comportamento reprovável para, de seguida, uma figura respeitável tomar a parte pelo todo e condenar um comportamento que só pode ser associado ao mesmo grupo. Realmente falta maturidade.
Por fim um conselho para a nossa presidente: a assembleia não é uma sala de aulas.
Ricardo Garcia
(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve
segundo o novo Acordo Ortográfico)
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