Edição 423
O Sofisma da Austeridade.
O mega plano de austeridade que o Orçamento de Estado de 2013 a todos nos impôs, com aumentos brutais e desmesurados de impostos, cortes cegos em serviços públicos essenciais, ataque ao trabalho e aos salários, despedimentos massivos e o recente cisma de assalto às pensões, como os Portugueses já perceberam, tudo isso foi em vão. Tudo isto foi inútil. As políticas das duas caras e da tesoura afiada, serviram apenas para empobrecer ainda mais Portugal e agudizar o descalabro do Governo.
O doloroso caminho da austeridade, recentemente endurecido, parece pois não ter fim. É um falacioso e inútil calvário ideológico da direita neoliberal, cujo único objetivo é a transferência em massa de recursos da economia real, que gera valor e cria emprego, para a alta finança especulativa e para algumas multinacionais estrangeiras. Por este caminho não há redenção possível. Nunca haverá cortes suficientes, refundações, nem ajustamentos que sejam satisfatórios. A troika nunca se cansa e quer sempre mais. Sempre que a realidade teima em demonstrar-nos que este caminho está errado, que é um beco sem qualquer saída, a resposta em uníssono do Governo e da troika é de que ainda não se forçou o suficiente. Apesar de mais de 1.000.000 de desempregados reais, de uma economia em farrapos e de uma vaga de cérebros a fugir de uma catástrofe eminente, para o trio de agiotas ainda há por onde espremer. Ainda há um suculento Estado Social para destruir. Ainda há umas míseras pensões para esmifrar.
É hoje claro para todos que o memorando de entendimento com a troika está a destruir o país. No final de 2012 Portugal empobreceu quase 5% face ao final de 2010. O desemprego cresceu mais de 4 pontos percentuais, a dívida pública ultrapassou os 120%, o défice continua descontrolado. A austeridade cega que nos foi imposta subtilmente sob a forma de um memorando que se propunha a corrigir o défice e atacar a dívida, fez exatamente o contrário. E qual é a conclusão da troika e do Governo? Continuamos ainda a viver acima das nossas possibilidades. É preciso cortar ainda mais. É preciso empobrecer para sermos competitivos. Os três partidos do arco da miséria erraram a fórmula e serão mais uma vez os Portugueses a corrigir o erro. Nesta competição de pobreza, depois de atacar as bases da economia real e abalar a democracia, a troika quer ainda mais. Muito mais. É chegada a hora de por em prática a sua ideologia e demolir as bases do Estado Social. Caiu de vez a máscara a este governo e à troika : a receita não é económica, é simplesmente ideológica.
O objetivo está agora bem claro: levar a cabo uma agenda conservadora que irá delapidar o Estado Social. O ataque é ao serviço nacional de saúde, abrindo alas para os privados e acabando de vez com a universalidade dos cuidados de saúde; O ataque é à escola pública, criando cada vez mais custos para os pais terem os seus filhos a estudar e colocando por outro lado um punhado de privados a viver à custa do Estado; O ataque é para destruir a segurança social, fazendo alarido sobre a sua insustentabilidade e empurrando as pessoas para as difusas práticas comerciais de bancos e seguradoras. O objetivo é acima de tudo, vingar a Liberdade e a Igualdade e os Direitos conquistados pelo povo com o 25 de Abril. Uma estratégia macabra e doentia, arquitetada durante anos a fio pelos partidos da direita, com a conivência do centrão. Esta austeridade visa fazer falir o regime em que a Democracia se estabeleceu, acabando com os princípios da igualdade e da solidariedade, substituindo-os pela caridadezinha de circunstância.
Nem o descuidado Passos Coelho, nem o agora mudo Paulo Portas, nem o ex-iluminado Vitor Gaspar, explicam ao país como vão pedir ainda mais sacrifícios. Ignoram as explicações sobre como vão impor ainda mais miséria a Portugal. A troika também não explica como é que o memorando não foi solução para nenhum dos problemas que se propunha resolver.
Caiu a máscara. A agenda ideológica que estava escondida está agora clara para todos. A destruição do Estado Social e dos direitos dos cidadãos ocupam toda a primeira página dessa agenda. Porque, menos Estado é mais negócio para as multinacionais estrangeiras; Menos direitos, é mais exploração e mais pressão para os trabalhadores cá e noutros países. Mas, acima de tudo, mais dívida, é a garantia de chorudos lucros para os velhos e hábeis agiotas do sistema financeiro mundial.
A aplicação do memorando deixou o país empobrecido e destroçado. Vencê-lo é a única garantia de um futuro melhor e mais próspero para o nosso país. Se a música é má, a solução não é aumentar o volume, é sim desligar o rádio.
Gualter Costa
Coordenador Concelhio Bloco de Esquerda Trofa
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