Ano 2010
O Povo é que paga
Em Maio, com o apoio do PSD, o Governo aprovou o segundo Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC 2). O PEC 2, entre outras medidas de austeridade, visou o aumento de impostos sobre as famílias, diminuindo o seu rendimento disponível – entenda-se como rendimento disponível das famílias, o valor líquido que as famílias auferem para fazer face aos seus compromissos.
Em contrapartida, o Eng. José Sócrates anunciou que a Administração Pública ia cumprir a sua parte – diminuição da despesa, principalmente a mais desnecessária.
Nos últimos dias, os portugueses têm assistido ao “ping-pong” do orçamento entre o Governo e a Oposição. Ora porque se demitem, ora porque se está a ir ao bolso dos portugueses e não se cumpriu com a diminuição da despesa.
Eles trocam argumentos, nós ficamos com dúvidas.
Se o orçamento não for aprovado, uns afirmam que as taxas de juro dos empréstimos vão subir, o país vai ter mais custos e, por consequência, as dificuldades tornar-se-ão maiores.
Se o orçamento for aprovado, outros dizem que o Governo terá de gerir o país por duodécimos e, por consequência, a despesa vai diminuir. Afinal, os portugueses também vivem com duodécimos, pois não recebem o salário do ano de uma vez só.
Na verdade, não sei o que achar, mas estou saturado que o Governo me vá ao bolso e não dê o exemplo.
Agora, voltam a anunciar mais cortes na despesa. Mas cortam na despesa que afecta o rendimento disponível das pessoas, pois a despesa com festas e festins continua “à grande e à francesa”. Menores pensões, mais uma festa de aniversário de um organismo público; Menores salários, mais um evento faraónico; Mais IVA, menores regalias sociais; Etc, etc.
Ou seja, é a mesma coisa que se uma empresa pedisse aos seus trabalhadores para diminuírem os salários e a administração continuasse com gastos desmesurados.
Os portugueses estão cansados que lhes peçam sacrifícios!
Nesta altura, estou convencido que os portugueses pouco, ou nada, acreditam em quem dirige o PS. Soubéssemos nós quanto é que os juros iriam aumentar com a queda do Governo para poder ter certezas.
Resta a ínfima esperança da oposição propor medidas alternativas de redução da despesa, pois continuar a depauperar as finanças das famílias não é solução.
Com este panorama nacional, os trofenses ainda tem de aguentar outro aumento de impostos.
Em reunião de Câmara Municipal, o PS decidiu aumentar os impostos, com o voto contra do PSD – IRS das pessoas para o dobro (100 por cento), IMI em cerca de 14 por cento e sobre as empresas em cerca de 15 por cento.
Estou pasmado com tanta sensibilidade social! Isto é preocupação com o povo?
A Câmara diminuiu taxas de saneamento aos de maiores posses. Quem vai pagar? O povo!
A Câmara vai pagar os livros aos mais abastados. Quem vai pagar? O povo!
A Câmara aumentou os impostos sobre as empresas sediadas na Trofa. Quem vai pagar? O povo, pois as empresas podem começar a sair do Concelho e o desemprego aumenta.
Aqui, também resta a esperança, bastante maior do que a nível Nacional.
A decisão de aumentar os impostos tem de ser aprovada em Assembleia Municipal.
Uma vez que o PSD está contra, já o manifestou em reunião de Câmara, basta os Presidentes de Junta e o PP votarem contra.
Como não acredito que os Presidentes de Junta prejudiquem os seus eleitores e o PP da Trofa não tem nada a ganhar com a autoria de aumento de impostos, a esperança é maior. Até porque os Juros não vão aumentar.
Assim, a decisão da Câmara em aumentar impostos sobre os trofenses pode ser chumbada pelo PSD, pelo PP e pelos Presidentes de Junta.
Perdoem-me os leitores, mas não resisto a um apelo público ao Presidente de Junta da minha freguesia – Sr. José Sá, por favor, não aumente os impostos das pessoas da sua freguesia, não contribua para empobrecer as famílias de S. Martinho.
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