Edição 555
O meu voto é contra a corrupção
No próximo dia 24 de janeiro de 2016 vamos ter as nonas eleições, desde 1976, para a Presidência da República. Após o 25 de abril de 1974 tivemos a Junta de Salvação Nacional, a superintender os destinos do país, até 15 de maio de 1974; depois tivemos como Presidente da República, o General António de Spínola, que foi nomeado pela Junta de Salvação Nacional, até 30 de setembro de 1974, assim como o General Francisco da Costa Gomes, que lhe sucedeu, até 13 de julho de 1976.
As primeiras eleições presidenciais ocorreram em 27 de junho de 1976 e daí para cá tivemos quatro Presidentes da República, que foram todos reeleitos para dois mandatos consecutivos: Ramalho Eanes (1976 a 1986); Mário Soares (1986 a 1996); Jorge Sampaio (1996 a 2006); Cavaco Silva (desde 2006).
Nestas eleições presidenciais apresentam-se dez candidatos: Henrique Neto (industrial, militante e antigo deputado do PS); Sampaio da Nóvoa (antigo Reitor da Universidade de Lisboa, que tem o apoio de vários dirigentes, militantes e simpatizantes do PS e de partidos mais à esquerda); Cândido Ferreira (médico e antigo presidente da Federação Distrital de Leiria do PS); Edgar Silva (ex-padre católico, ex-deputado regional madeirense e apoiado pelo PCP); Jorge Sequeira (independente, psicólogo e professor universitário); Vitorino Silva – Tino de Rans (calceteiro e ex-militante do PS); Marisa Matias (socióloga, militante e eurodeputada do Bloco de Esquerda); Maria de Belém (jurista, antiga presidente do PS, que tem o apoio de vários dirigentes, militantes e simpatizantes do PS); Rebelo de Sousa (jurista, professor universitário, antigo presidente do PSD e candidato recomendado pelo PSD e pelo CDS-PP); Paulo de Morais (professor universitário, vice-presidente da TIAC – Transparência e Integridade, Associação Cívica, ex-vice-presidente de Rui Rio, na C. M. Porto).
Perante uma dezena de candidatos, muitos eleitores vão sentir-se um pouco baralhados ao colocar a cruz no boletim de voto e, como é habitual, não vão ter pachorra para assistir a sessões e a debates entre os candidatos, muito menos para ler os programas que existem. É verdade que poderemos ter mais simpatia por um candidato do que pelos outros, mas o que temos de analisar são as propostas que eles apresentam, para decidir a qual deles é que vamos “emprestar” o nosso voto.
Para isso temos de sair da nossa zona de conforto, enquistada em preconceitos ou quimeras e na «partidarite». Este tipo de eleição, pouco ou nada tem a ver com os partidos, pois um Presidente da República, no exercício das suas funções deve de estar acima dos partidos políticos.
Nestas eleições presidenciais, até me ficava mal se não tivesse uma rebeldia reverente e saudável. Por isso quero votar o mais livremente possível no candidato com ideias que penso serem as melhores para o meu país e que sejam ideias próximas das minhas. Entendo que o regime necessita de uma regeneração ao nível do seu poder executivo, legislativo e judicial, com o objetivo de combater a corrupção.
O meu voto nestas eleições presidenciais é um exercício do meu sentido crítico; é pela transparência na vida pública; pelo princípio da separação de poderes; pelo combate contra a mentira sistemática da política; contra a corrupção, o cancro terminal de todo o sistema político português, que destrói as finanças públicas, a economia, a política e toda a sociedade portuguesa. Por tudo isto, o meu voto vai para Paulo de Morais, que merece o voto das portuguesas e dos portugueses.
Para que haja regeneração e transparência de todo o sistema político; para que os portugueses saibam para onde vai o seu dinheiro, quer a nível nacional, quer a nível local; para que haja credibilização da política e dos políticos e deixe de existir a promiscuidade entre os poderes políticos e os poderes económicos; vou votar Paulo de Morais, o candidato que mais tem lutado contra a corrupção em Portugal!
moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt
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