Crónicas e opinião
O estranho caso do Ecocentro da Trofa
Foi notícia neste jornal, em Novembro de 2019, um caso insólito como tantos outros que vão “animando” a vida pública do nosso concelho. O estranhíssimo caso do Ecocentro da Trofa.
Construído e pronto para funcionar desde 2011, o Ecocentro da Trofa, situado em Lantemil, Santiago de Bougado, está há 12 anos fechado e sem previsão para entrar em funcionamento.
Porquê?
Aparentemente, ninguém sabe.
Adiante.
Já há algum tempo que sou abordado por vários conterrâneos, que me pedem para escrever sobre este tema. A maioria já teve que lidar com a árdua tarefa de se desfazer de um colchão ou electrodoméstico em fim de vida, ou então lida com desperdícios, provenientes de actividades como a construção civil, e sente imensa dificuldade em ver-se livre deles. Não sei qual é a sua solução actual, mas julgo que recorram a concelhos vizinhos para o efeito.
Regressando à peça d’O Notícias da Trofa, é de facto estranho que um equipamento destes não esteja em funcionamento. Mais ainda quando está totalmente construído e por estrear. Aliás, dos 8 ecocentros executados na década passada pela Resinorte, apenas o nosso se encontra fechado e ao abandono.
Porquê?
Aparentemente, ninguém sabe.
Adiante.
Segundo António Pontes, que em 2009 deu uma entrevista ao NT na qualidade de presidente da Trofáguas, o Ecocentro da Trofa serviria para “depositar resíduos de vários tipos, como por exemplo eletrodomésticos velhos, colchões, móveis e outros objetos que deixaram de ter utilidade”. Nem de propósito, o tipo de lixo que é frequentemente encontrado em zonas do concelho como o monte de Paradela, São Gens ou Sanguinhal.
O autarca acrescentava ainda que a localização do equipamento, bem distanciado de zonas habitacionais e, ainda assim, numa área relativamente central e bem servida de acessos, fazia do Ecocentro da Trofa uma boa solução, algo que me parece inegável. E rematou:
“A partir da existência do Ecocentro na Trofa, se agora não há desculpa para não colocar, a partir da existência do ecocentro não há desculpa possível para fazer uma deposição clandestina. A nossa expectativa é que vá melhorar o asseio do nosso concelho e melhorar a qualidade ambiental”
Quase 15 anos após esta entrevista, o Ecocentro da Trofa está pronto há 12, mas continua fechado. E só não está às moscas porque as teias de aranha já devem ser tão grandes que as apanham todas.
E porquê?
Aparentemente, ninguém sabe.
Adiante.
O Ecocentro da Trofa custou cerca de 237 mil euros. Está construído e pronto a laborar. Podia melhorar a qualidade de vida e a qualidade ambiental do concelho de forma significativa, mas nunca abriu portas e está literalmente abandonado. E esta situação é incompreensível.
Da Resinorte – para quem não se recorda, trata-se da empresa que queria construir um aterro sanitário na Trofa, com o apoio fervoroso do seu mais entusiasmado apoiante, Sérgio Humberto – não se conhece uma palavra sobre o tema. Construiu o edifício, ganha bom dinheiro com a recolha de lixo na Trofa, mas não se pronuncia sobre a situação do Ecocentro da Trofa. Das autoridades locais, um silêncio idêntico. Joana Lima teve 2 anos para pressionar a entrada em funcionamento desta estrutura e nada conseguiu. Sérgio Humberto teve 10 e o resultado foi o mesmo. E o lixo continua a aparecer no meio do monte, porque, aparentemente, não tem para onde ir.
E porquê?
Exactamente.
Boas férias e até Setembro, caras e caros leitores!
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