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Edição 656

O dia em que os betetistas invadem a Petisqueira pelo rojão

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O evento da associação Amigos do Pedal ganhou fama, muito graças à sande de rojão servida na Petisqueira Marques. Atualmente, cerca de mil betetistas de vários locais da região partem de Vila Nova de Famalicão rumo a Covelas no domingo das festas de S. Gonçalo e já ninguém abdica do petisco servido pelo estabelecimento gerido pela família Santos.

Para Marlene Santos, filha dos proprietários, apesar de mais exaustivo, esse “é o momento mais fascinante” que vive nos quatro dias de romaria. “É impressionante ver tanto ciclista no pátio. São filas e filas de gente para comer a nossa sande de rojão. Temos quatro pessoas na garagem e quatro fora a servir o mais rápido possível, porque às 11.30 horas já temos a casa cheia para os almoços. É uma corrida desenfreada”, contou em entrevista ao NT.
A sande do rojão da Petisqueira Marques é famosa e o segredo mantém-se, pelo que o melhor, garante Marlene, “é mesmo comê-la”. Sabe-se apenas que a carne fica a temperar “cerca de oito horas” e que, ao longo da festa, o estabelecimento serve “cerca de dois mil rojões”. Pelo espaço passam cerca de três mil pessoas, mil só do evento organizado pelos Amigos do Pedal.
Para a história fica o episódio de há dois anos, em que o rojão acabou e não chegou para a procura. “Não estávamos à espera de tantas solicitações, até porque estava a chover”, explicou Júlio Santos.
Mas não é só do rojão que se faz o menu da Petisqueira. Ao longo dos quatro dias também há, ao almoço e jantar, vitela, lombo e cozido à portuguesa, que assume papel de destaque. As papas de sarrabulho e a sopa de nabos também gozam de fama neste espaço, assim como o vinho da casa. Durante a romaria, estima Júlio Santos, servem-se “à volta de mil litros”. A adesão é tanta que o melhor é mesmo reservar mesa. Por lá passam pessoas de “Famalicão, Porto, Matosinhos, Esposende, Ponte de Lima e Braga”, complementou Maria de Fátima Santos.
Na segunda-feira, para o fecho, há sempre um grupo de concertinas a animar o espaço.
Durante o fim de semana são inúmeros os grupos que se deslocam ao estabelecimento, mas há uns que têm estatuto pela fidelidade. Exemplo disso é um grupo de cerca de 40 mulheres que, aos sábados, vêm a pé da cidade da Trofa, e almoçam na Petisqueira depois de assistirem à missa. Há ainda um outro grupo que faz o “treino” para as festividades uma semana antes e que prefere a Petisqueira Marques desde 1998, altura em que o espaço ainda era gerido pela “dona Deolinda”, como é conhecida, nas antigas instalações, uns metros ao lado das atuais, na Rua da Costa.
Os dias de romaria são, obviamente, aqueles em que a família Santos mais fatura, mas, como diz o ditado, “sai-lhes do corpo”. “Descansamos, em média, quatro horas por noite. A sexta-feira é o dia em que trabalhamos até mais tarde. O domingo é o dia de mais trabalho”, explicou Marlene Santos.
Além de compensador financeiramente, o trabalho realizado durante a festa de S. Gonçalo acaba por dar frutos para o ano inteiro, uma vez que as pessoas que lá param durante a romaria “gostam e voltam noutra altura”. Durante o resto do ano, o estabelecimento continua a servir o cozido à portuguesa, o arroz de cabidela, a sopa de nabos e as papas de sarrabulho. O misto de carnes – parecido com cozido à portuguesa, mas sem hortaliça e batata – é um dos petiscos preferidos dos clientes.

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