Ano 2009
O desemprego, a crise e as soluções
Já não é possível esconder os números alarmantes do desemprego!
Se os 9,8% de desemprego no país são graves, a situação vivida no concelho da Trofa é, no mínimo, alarmante. Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional registam uma taxa de desemprego na Trofa de 17%!
Sim, o desemprego na Trofa é quase o dobro da média nacional!
Por muito que o governo se esforce, não é possível esconder. Só no último ano o desemprego na Trofa aumentou 32%, significando quase mais 1000 desempregados.
Um outro dado importa reter, o desemprego na Trofa cresceu a um ritmo superior comparado com o distrito e mesmo com os valores nacionais.
Não tendo a responsabilidade principal, não se pode ilibar a Câmara Municipal pela situação a que chegamos, principalmente pelas políticas adoptadas que não favoreceram a fixação de empresas e contribuíram para o encerramento do comércio local, nomeadamente pelo facilitismo com que se concederam licenças para a abertura de grandes superfícies.
Contudo, é incontornável a responsabilidade maior do governo PS.
O governo usa a desculpa da crise, mas esconde que foi o governo que desprotegeu o país encerrando serviços públicos (centros de saúde, maternidades, urgências, escolas…), privatizando empresas estratégicas e rentáveis, beneficiando os grandes interesses económicos e permitindo a prática de baixos salários que não permitem que os trabalhadores tenham capacidade financeira para enfrentar a situação actual.
Quando já nos encontrávamos numa situação desastrosa, veio anunciar incentivos para combater a crise. Contudo, o que fez não foi mais do que atribuir uns milhões de euros a algumas grandes empresas para que aguentem alguns postos de trabalho até que sejam realizadas as eleições.
Entretanto, fecha os olhos ás ilegalidades. Permite que haja empresas que praticam salários abaixo do Salário Mínimo Nacional; aprovou legislação que agrava ainda mais as condições de trabalho – o código do trabalho; facilita o recurso ao lay-off, mesmo à margem da lei, fazendo com que milhares de trabalhadores tenham que viver sem um terço do seu salário.
A situação actual não é inevitável, nem se resolverá por si.
Só com uma ruptura clara com estas políticas é possível uma vida melhor para todos. Mas no imediato impõem-se algumas medidas, das quais destaco:
– Uma política de defesa do emprego com direitos que garanta o aumento dos salários, elevando o poder de compra da população, condição essencial para a superação dos problemas sociais e para a dinamização económica.
– Alteração dos critérios de atribuição do subsídio de desemprego, acabando com a situação actual em que metade dos desempregados não têm qualquer prestação social.
– Defesa da nossa indústria e um real apoio às micro e pequenas empresas que permitam a sua viabilidade económica e a manutenção dos postos de trabalho.
– Reforço do investimento público e o reforço e desbloqueio das verbas comunitárias destinadas ao apoio aos sectores produtivos nacionais.
O país não está condenado a esta política de direita que nos conduziu à situação que hoje vivemos. Há outros caminhos, é possível acabar com as injustiças. É possível uma vida melhor. É possível escolher outros protagonistas para nos governar. Os últimos 30 anos comprovaram que o PS, o PSD e o CDS não foram capazes.
A todos é dada a oportunidade este ano de escolher. O momento que atravessamos não é compatível com escolhas aventureiras. Sabemos que há uns que estão sempre presentes. Sabemos que deputados que, não sendo do concelho, tem mais trabalho em defesa da Trofa que os deputados que são do concelho. Sabemos quem esteve connosco nas pequenas e nas grandes lutas que enfrentamos ao longo dos anos. Independentemente das inclinações políticas de cada um, é inegável o trabalho impar dos eleitos da CDU.
Nas eleições ao Parlamento Europeu, a deputada Ilda Figueiredo é a única que tem provas dadas em defesa do país, da nossa indústria, dos direitos de quem trabalha, da soberania nacional numa Europa de paz e cooperação entre os Povos.
Em 7 de Junho, vamos eleger deputados ao Parlamento Europeu, mas vamos também ter oportunidade de castigar quem conduziu o país à situação em que se encontra.
Jaime Toga
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