Ano 2008
O ACORDO COM OS PROFESSORES
Bom para todos
A notícia de que havia existido entendimento entre o Ministério da educação e os Professores não podia ter-me deixado mais satisfeito.
Sendo a educação, como é, um dos vectores fundamentais do desenvolvimento de qualquer país, a existência duma greve, sejam quais forem os motivos, ou a justiça ou injustiça da mesma greve, é um sinal de que algo irá acontecer de negativo para o nosso futuro.
A recente manifestação dos professores, que juntou uma enorme quantidade destes profissionais do Ensino em Lisboa, para além doutras manifestações de desagrado, em datas e locais diferentes, era um sinal inequívoco de que algo não estava bem no ensino em Portugal.
Não me senti à vontade, em recente artigo de opinião, para dizer que a razão estava dum lado ou doutro, até porque não sou um conhecedor profundo do sector.
Não defendi a demissão da ministra, porque seguir-se-ia outro ministro no desgaste público e que se candidataria a cair.
Fui e sou defensor que, para esta situação, há necessidade de diálogo.
Não concebo que uma profissão, qualquer que seja, não seja objecto de avaliação. Todos nós vamos sendo avaliados ao longo da vida e não via razões para que houvesse excepções. Estavam em causa métodos e critérios para os quais era necessário muito equilíbrio e ponderação.
Os avisos foram escutados pelo governo e as conversações terminaram em bem,
Isso é uma boa notícia embora possa haver quem não tenha gostado. A verdade é que, para haver entendimento, é necessário que haja cedências recíprocas, o que parece ter sido o caso, de modo a todos serem vencedores.
O governo é vencedor porque conquistou a paz social, imprescindível para que o ano escolar decorra sem mais sobressaltos. Os professores são também vencedores porque uma boa parte das suas reivindicações foram atendidas, total ou parcialmente.
Obviamente que podem existir leituras negativas que é a de transformar as cedências em derrota e, nesse caso, ambos seriam derrotados.
A verdade é que os ânimos acalmaram, o ano escolar prossegue, os professores podem trabalhar sem a pressão duma avaliação com efeitos imediatos.
Para os pais dos alunos esta notícia não podia ser melhor. As preocupações dos pais eram muito grandes porque não sabiam como iria terminar o ano escolar, se os seus filhos transitariam de ano, em que condições, com que preparação escolar, etc.
Os riscos de termos um ano perdido não eram pequenos. Se não perdido em termos de passagem ao ano seguinte, seria sempre um ano perdido em termos de aprendizagem e os conhecimentos que se perdem hoje são os que farão falta no futuro.
Este acordo veio demonstrar as virtudes do diálogo e da capacidade, que foi recíproca de entender o interesse nacional.
Ainda bem, para todos.
Afonso Paixão
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