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Edição 577

No Coronado, não há dois sem três cortejos

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Na freguesia do Coronado, do lado de São Mamede, por estes domingos de Junho (12+19+26), revive-se a tradição dos cortejos, com o objectivo de angariar verbas para apoiar as obras do Salão Paroquial São José e da Residência Paroquial. Em 2015, tal já acontecera do lado de São Romão, para apoio às obras da Igreja local – e com muito sucesso!
No passado domingo, dia 12, estiveram em destaque as aldeias de Vila, Calçada, Outeiro, Breto, Fontes, Covelo, Ameal e Bairro. Deste primeiro cortejo, na retina, ficam os carros “decorados” com o Salão e Casa Paroquial, os Tanques do Covelo, o Monte das Cruzes, a Escola Primária e o Fontanário de Vila – fantásticos, sim senhor! O inigualável Lázaro – carismático cidadão do Coronado – desfilou em modo santificado, qual Santo António, naquele que foi um dos “quadros” mais assinaláveis de um evento marcado por muita animação e bastante público. Até São Pedro esquentou, com sol-de-trovoada.
No próximo domingo, dia 19, avançam as aldeias do Norte, a saber: Mendões, Louredo, Casal, Pereiró, Soeiro e Paiço. Depois, dia 26, terceiro e último cortejo, com as aldeias mais a Sul: Feira Nova, Água Levada, Trinaterra, Vilar de Lila e Vilar.
Tudo isto implica muita entrega, dedicação e camaradagem dos participantes que, voluntariamente, nestes últimos três meses, têm dado o corpo ao manifesto e… siiiiga porque para a frente é que é o caminho e as tais obras do salão e casa paroquial são urgentes.
Mobilizar voluntários, organizar peditórios, ensaiar marchas, preparar os carros, rachar lenha, eu sei lá que mais. Gente interessada, resiliente, faz tudo isto e muito mais!
Antes, nem todos se conheciam ou falavam e, no final, redescobrem-se novos amigos. Até por isto, saliente-se o “positivismo social” da coisa.
Os senhores políticos do Bloco Central Alargado muito têm a aprender com estes salutares exemplos de cidadania pró-activa!
Alguns dos associados e voluntários da Associação para a Protecção do Vale do Coronado (APVC) estão a participar nesta lufa-lufa. Por exemplo, no plano da “lenha”, no abate e recolha de madeira, sobretudo, eucaliptos e austrálias – para venda em toros ou achas. E, a pretexto da nossa matriz ambientalista, ui, sabe tão bem livrar o Coronado de algumas dezenas de toneladas destas espécies invasoras. Ora, até na defesa e promoção da floresta autóctone, os cortejos acenam uma bandeira assim a modos que ecológica. O concelho da Trofa, com área florestal pintada de eucaliptos e afins, bem precisaria de muitos “cortejos”. Em Covelas, para travar aquele descarado desastre ambiental, não chegariam 500 cortejos. A rapaziada das celuloses e os cegos proprietários não iriam gostar da ideia!!!
Já agora, ou melhor, no próximo domingo, dia 19, no segundo cortejo, a APVC vai homenagear o Ti’ Joaquim Africano, figura marcante da história da nossa terra (Mendões, 1907-1983). O último grande burriqueiro do Coronado! Celebramos o homem, o pantomineiro e também o seu inseparável Burro – um asinino inteiro e diga-se que até é célebre aquele episódio do animal ter fugido para Folgosa da Maia, atrás de uma burra em cio. Ah, malandros!
Etnografia, Ruralidade, Cultura e Cidadania, quatro pilares bem vincados na recriação de tradições, usos e costumes das Gentes do Coronado. Ainda faltam dois cortejos, dois. E antes que os buracos das nossas estradas virem tra(d)ição, venha, venha ver!
Vítor Assunção e Sá | APVC
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+ valedocoronado.blogspot.pt

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