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Edição 515

Nem “Podemos”, nem “Syriza”, nem “Frente Nacional”. Somos Portugal

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Quando há meia de dúzia de anos atrás, surgiu a crise financeira mundial, originada pelas hipotecas imobiliárias norte-americanas, que provocaram a falência do banco Lehman Brotherers, quase todos os países, também começaram a sentir graves problemas, porque as instituições financeiras emprestaram dinheiro em excesso, para quem não podia pagar. Isto provocou a falência de muitos bancos, e para evitar o colapso do sistema financeiro, os governos intervieram, para que a recessão não se tornasse ainda mais grave.
Para não provocar um colapso geral, foi preciso injetar dinheiro nos bancos, e com isso, os governos aumentaram as suas despesas, numa altura em que a economia mundial estava a encolher naturalmente. O resultado foi o aumento do défice público de muitos países da União Europeia, e o exacerbar dos desequilíbrios fiscais que muitos países já apresentavam desde a sua entrada na Zona Euro.
Alguns países, como Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia sofreram com os endividamentos descontrolados e tiveram necessidade de pedir ajuda financeira a instituições internacionais. Naturalmente, estes países para receber ajuda internacional, tiveram de adotar medidas de austeridade, cortando às despesas públicas e aumentando os impostos. Até a França e a Itália, tiveram de ajustar as suas contas e implementar medidas de austeridade. Não se conseguiu enxergar outro caminho, a não ser o da austeridade.
O problema é que essas medidas geraram descontentamentos populares em quase todos os países da União Europeia, originando o aparecimento de «salvadores da pátria», através de novos movimentos e partidos políticos, ou o reforço de partidos extremistas.
O descontentamento popular, originou uma nova realidade político-partidária, com o aparecimento de novos partidos, ou movimentos políticos, como o «Podemos», em Espanha, um novo partido de esquerda, que nas sondagens já aparece à frente do tradicional partido socialista espanhol, assim como na Grécia, com o aparecimento do «Syriza», que quase fez desaparecer o partido socialista grego, que governou a Grécia durante muitos anos e agora nem sequer atingiu os 5% nas últimas eleições.
Em Itália, a situação é um pouco diferente, com o partido socialista a desmembrar-se em quatro novos pequenos partidos políticos, mas em França a situação político-partidária é muito mais grave, com a extrema-direita, através da «Frente Nacional» a crescer continuamente, aparecendo nas sondagens como o partido ganhador numas próximas eleições.
Em Portugal, onde também houve austeridade e vários casos polémicos sobre políticos e partidos, não existe, até ao momento, nem se prevê tão cedo, que surja um novo partido de massas, que faça tremer os partidos tradicionais e as sondagens até dão um empate técnico entre os partidos do poder e o maior partido da oposição. Nem «Podemos», nem «Syriza», nem «Frente Nacional». Somos Portugal! Somos um país com mais de nove séculos de história, um país de brandos costumes. Uma realidade que exige um estudo sociológico, sobre esta diferença bem evidente, entre os portugueses e os outros povos.
Ao longo dos tempos, sempre demos lições ao mundo, e continuamos a dar. Nos nossos cromossomas está bem gravada esta nossa identidade. Sempre foi e assim será!
moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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