Edição 484
Nasceu o CineClube da Trofa
CineClube da Trofa foi apresentado na noite de sexta-feira, no auditório da AEBA. Associação quer reavivar a tradição do cinema ao concelho.
No auditório que durante muitos anos foi sala de cinema, foi apresentada uma associação que pretende devolver o gosto pela sétima arte aos trofenses. Dá pelo nome de CineClube da Trofa e era um sonho antigo de Joaquim da Costa Azevedo, cinéfilo e impulsionador do cinema no concelho. Quem nunca ouviu falar da ApoloCine, empresa de cinema ambulante que, desde há muitos anos, leva as películas de 35 milímetros por todo o país, principalmente a locais mais recônditos.
Para que a tradição na Trofa acordasse de um sono profundo, Joaquim Azevedo, filho do projecionista, decidiu pôr mãos à obra e levantar o projeto do pai. “Contra muita gente”, afirmou, o CineClube da Trofa foi apresentado e dele os trofenses podem esperar “cinema de qualidade”.
O plano de atividades da associação sem fins lucrativos estará recheado de “ciclos, festivais e concursos de curtas-metragens”. Joaquim Azevedo explicou que já há protocolos assinados com o ISLA (Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia), de Vila Nova de Gaia, com a Fundação Gil, para intercâmbio de atividades, e com a AEBA (Associação Emrpesarial do Baixo Ave), para a cedência do espaço. Em cima da mesa está ainda a possibilidade de o CineClube da Trofa acertar uma parceria com o CineClube de Avanca, para fazer parte integrante do festival internacional.
Joaquim Azevedo lamentou a “falta de apoios públicos” para o arranque do projeto. A Junta de Freguesia de Bougado “não respondeu em tempo útil se cediam o espaço do auditório da antiga Junta de Santiago”, enquanto da parte da autarquia o pedido para “cooperação a nível logístico” foi declinado porque “este ano todos os apoios estão concedidos”. “Para o ano vamos ver”, projetou.
Para outubro, o CineClube da Trofa estava a preparar “um ciclo de cinema dedicado aos grandes autores portugueses, cujos livros deram filme”. “Infelizmente, não sei se por coincidência, foi agora anunciado pela Câmara um festival internacional de cinema e literatura. É um pouco diferente, porque inclui autores internacionais e é festival, ou seja, atribuem prémios, mas é pena coincidir na mesma data”, desabafou.
Ainda em fase de negociação está a presença de Joaquim d’Almeida e Maria de Medeiros, no ciclo de cinema agendado para novembro. No último mês do ano, as crianças estarão em destaque com um ciclo de filmes infantis.
A atividade do CineClube vai passar ainda por divulgar a cultura cinematográfica a diversos pontos do território trofenses, com a projeção de filmes “ao ar livre” no parque da cidade e nas freguesias.
No seio de uma comunidade desligada das atividades culturais, e confirmada pela pouca adesão à sessão de apresentação do clube, Joaquim Azevedo aponta para “30” o número mínimo de sócios que satisfaça o clube.
Na apresentação, foi mostrada uma retrospetiva do cinema desde o primeiro filme, dos irmãos Lumiere, até à atualidade. Foi ainda feita uma homenagem a Joaquim da Costa Azevedo e, depois, projetado o filme francês, premiado nos César Awards 2014, “Gravidez de Alto Risco”.
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