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Edição 536

Não hipotecar o futuro dos portugueses, com aventuras do passado

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O período de férias (para quem tem a sorte de as poder gozar) é o período de descanso anual da esmagadora maioria dos portugueses e não é desejável qualquer tipo de apoquentação, seja trabalho, estudos ou até política, como atestam inúmeros e variados estudos científicos, que muito têm contribuído para conferir provas empíricas que suportam este argumento. Este ano, no período de férias, os portugueses vão ser apoquentados pelos políticos, nos locais do costume, a tentarem convencer-nos que merecem o nosso voto.
No período de férias dos políticos é usado o conceito anglo-saxónico silly season, que este ano não vai acontecer, provocado pela campanha eleitoral, para as eleições legislativas, que se vão realizar no dia 4 de outubro de 2015.Para os políticos nos convencerem, vai haver uma intensidade informativa nos media, e as tradicionais visitas dos políticos às empresas, às feiras e mercados, aos comícios, aos almoços e jantares, ou seja, onde está o povo.
Como chegou ao fim mais uma legislatura, vão ser precisos momentos de introspeção, pois é tempo de refletirmos sobre o atual estado do país e compará-lo com o estado em que o governo anterior o deixou, em conjunto com alguns dos nossos mais complexos desafios, que os tempos atuais, e futuros exigem. Depois é preciso decidir, quem merece o nosso voto, em quem vamos votar e, depois, ação: ir mesmo votar. É assim, para quem vive em democracia, é assim no nosso país. E que bom que é, que assim seja!
Tivemos um governo que governou uma legislatura até ao final, mesmo tendo de governar com uma intervenção externa (a vinda da «troika», solicitada pelo governo anterior), de suportar as maiores contestações de rua, de ter tido a maior quantidade de pedidos para marcação de eleições antecipadas, a maior quantidade de greves, a maior quantidade de intervenções do Tribunal Constitucional e a maior quantidade de comentadores, que todas as semanas se «atiravam» contra o governo, mesmo aqueles comentadores militantes, ou simpatizantes, dos partidos da coligação que governa o país.
É coisa rara em Portugal, mas as legislaturas são para ser cumpridas até ao fim (este governo conseguiu esse feito histórico, mesmo perante os condicionalismos acima citados), e depois as eleições são o julgamento democrático dos partidos do poder, mas também da oposição! É assim em democracia! É preciso mergulhar fundo nas nossas memórias e guiado por elas, vamos tentar analisar o que se passa, e passou, com os partidos da coligação que governou o país nos últimos quatro anos e a oposição, principalmente o maior partido da oposição, que governou anteriormente, seis longos anos.
Os partidos do poder, fizeram um trabalho difícil, governaram numa conjuntura desfavorável, com o país deprimido, frágil e vulnerável, endividado, com os cofres vazios e a «troika» cá dentro, que «obrigou» o governo a cumprir um duro memorando de ajustamento (veja-se o que se está a passar com a Grécia), para além de ter recebido um país em recessão. Foi a herança que o governo anterior deixou, e Portugal deu a volta possível, à custa dos partidos que apoiaram o governo e dos portugueses. Mesmo assim, os partidos da coligação que nos governaram nos últimos quatro anos, estão comprometidos em fazer de Portugal um país melhor. Têm a chave do futuro!
O que assistimos no maior partido da oposição, com a sua falta de credibilidade, mais não é do que um tear de ilusões perigosas, de destravados populismos, de intrigas, ódios e vinganças, que se vão urdindo no Rato, em virtude da maré de mais uma derrota que se avizinha e forçado a viver no tempo, com um passado comprometido com a história e a péssima governação «socratista», tendo um presente desordenado e atormentado com as sondagens, que não descolam e um futuro incerto, preso às suas incertas e erradas escolhas. Está a ver o chão fugir-lhe debaixo dos pés.
Não podemos, nem devemos, hipotecar o futuro dos portugueses, com aventuras do passado, depois de termos sobrevivido, mais uma vez, aos desvarios de uma esquerda com laivos de esclerose, que muito mal fez ao nosso país. O presente não é mais que um voo veloz até às eleições, entre um passado que todos nós conhecemos e vivemos e um futuro que se antevê provido de sonho e esperança num país moderno, humanista, próspero, inclusivo, solidário e equilibrado, entre o desenvolvimento económico e a sustentabilidade ambiental.
Esperança é a certeza de que algo faz sentido, e no ato de votar vai estar nas nossas mãos o futuro de Portugal. Façamos um exercício de memória não seletiva!

moreira.da.silva@sapo.pt
www.moreiradasilva.pt

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