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Edição 731

Metro da Trofa: “Não há outro remédio” a não ser construir nova ponte da Peça Má

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Com o mote “Metro para a Trofa. É Agora!”, o PS Trofa promoveu um debate com a participação do presidente do Conselho Metropolitano do Porto, responsável pelo estudo das novas linhas que contemplam o plano de expansão da rede de metro, que inclui a ligação ISMAI-Trofa. Sem avançar com data concreta para o início da obra, Eduardo Vítor Rodrigues garantiu que o plano, que avançará “em concurso único e sem fases”, tem de estar concluído “até 2030”. Já Manuel Pizarro garantiu que será necessário construir uma nova ponte para viabilizar o canal.

O socialista Manuel Pizarro afirmou que “não há outro remédio” a não ser construir uma nova ponte no lugar da da Peça Má, demolida em setembro de 2016 por decisão da Câmara Municipal, para concretizar a linha de metro e metrobus na Trofa.

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A afirmação foi feita durante o debate online promovido pelo Partido Socialista na Trofa, a 4 de dezembro, na rede social Facebook, sobre a inclusão da linha da Trofa no plano de expansão do Metro do Porto e na qual também participaram o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, e os vereadores do PS na autarquia da Trofa, Amadeu Dias e Miguel Tato Diogo.

Durante a intervenção, Manuel Pizarro, líder da Federação Distrital do PS Porto, confirmou que o antigo canal ferroviário, desativado em 2002 com a promessa política da vinda do metro, “vai ser reabilitado”, assim como “as estações”.

Sem avançar com uma data concreta para o início da obra, que tem de cumprir outros pressupostos técnicos e burocráticos, Eduardo Vítor Rodrigues explicou, por sua vez, que o concurso público para este plano de expansão do metro vai ser lançado “sem fases” e que tem de estar concretizado “até 2030”. Esta informação foi, entretanto, confirmada pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que, a 9 de dezembro, referiu que o projeto da Trofa “será concretizado ao longo da próxima década”.

Eduardo Vítor Rodrigues, que liderou o processo de elaboração do plano de sete novas linhas em conjunto com o Governo e a Metro do Porto, congratulou-se com o facto de as entidades estarem a trabalhar “com um avanço significativo” e com grande parte do fundo de financiamento garantido: “Temos 850 milhões de euros vindos do Plano Nacional de Investimentos e desses já não contemplamos os 230 milhões necessários para o corredor de metrobus para a zona ocidental do Porto e a segunda linha de Vila Nova de Gaia (Santo Ovídio-Devesas-Campo Alegre), que foram alocados ao Plano de Recuperação e Resiliência, a chamada ‘bazuca’ que vem da União Europeia. Perante isto, dos 450 milhões que nos faltavam, passamos agora a precisar só de pouco mais de 200 milhões”, explicou o também autarca de Vila Nova de Gaia.

Relativamente ao facto de a linha da Trofa não ser, integralmente, feita para metro, estando agora prevista num sistema misto, com metro do ISMAI até ao Muro e metrobus para a restante linha até Paradela, Eduardo Vítor Rodrigues referiu que se trata, a título provisório, de “um modelo vantajoso face às expectativas que existiam em 2017, que era não haver obra sequer”. “A minha expectativa é que a importância do metrobus seja suficiente para, no futuro, transformarmos esse sistema em metro com carril, que é o que faz sentido”, acrescentou.

Sobre este modelo, que o autarca vai replicar no próprio município na Estrada Nacional 222, está garantido que funcionará “exatamente nos mesmos pressupostos do metro”, só que sobre pneus, sendo “acessível a pessoas com mobilidade reduzida e a cadeiras de rodas”.

Eduardo Vítor Rodrigues sublinhou que, “num momento em que ninguém mais perdoaria se se vendesse promessas”, a garantia é a de “há projetos e um dossier integrado onde a linha da Trofa passou a constar”, frisou, sem deixar de ressalvar que, apesar de não ser um argumento forte no que ao custo-benefício diz respeito, a julgar pelos estudos feitos, esta linha “é viável do ponto de vista político, ético e daquilo que se acredita que potenciar o futuro do concelho da Trofa”. E, acrescenta, ganhou valia na estratégia pensada para a rede metropolitana de transportes, que já permitiu a criação do passe único e de tarifas mais baixas.

Manuel Pizarro: Câmara “alinhou-se” para “dificultar” vinda do metro

Sobre a “polémica” gerada aquando da assinatura do protocolo de consolidação da expansão da rede do metro entre o Conselho Metropolitano do Porto e o Governo – alimentada pelas declarações do presidente da Câmara da Trofa que não acreditava na inclusão da linha da Trofa no projeto -, Eduardo Vítor Rodrigues diz que começa “a percebê-la”. “Para quem estava numa situação de promessa sucessiva, podia pensar que ia ser mais um embrulho que ia acabar em nada”, frisou.

Mas Manuel Pizarro entende a posição do presidente da Câmara de outra maneira: “A agressividade incompreensível com que reagiu ao anúncio de um acordo entre a Área Metropolitana e o Governo, para fazer um estudo sobre os eixos possíveis para a expansão do metro do Porto, mais parecia de alguém zangado por haver a possibilidade de se trazer o metro para a Trofa”.

O socialista carregou nas críticas e acusou a autarquia de ter “abanado as orelhas de contente” quando o então recandidato a primeiro-ministro Passos Coelho disse à TrofaTv, em outubro de 2015, que “não havia metro para a Trofa”, e de “se alinhar, objetivamente, para dificultar o projeto”. “A ideia de demolir a ponte da Peça Má é uma demonstração de cedência, de como quem diz que ‘este canal é inviável’”, defendeu.

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