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Memórias e Histórias da Trofa: S. Gonçalo – O maior ex-libris de Covelas

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A freguesia de Covelas é, porventura, uma freguesia com características únicas no nosso concelho, destacando-se pela sua imensa verdura e cunho claramente rural, um paraíso nos dias de hoje, em especial para os seus habitantes a escassos quilómetros do Porto.

A história desta freguesia perde-se no tempo. Nos tempos medievais, quem desejasse ir do Porto a Santiago de Compostela pelo caminho de Santiago a passar pela cidade de Braga era nesta freguesia que realizava a sua primeira paragem. Um ponto estratégico num percurso que era realizado por milhares de pessoas todos os anos.

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Nas memórias paroquiais de 1758, que foram assinadas pelo Padre José Pinto de Meireles, era referida a existência da Capela de S. Gonçalo, que era pertença dos fregueses, e terá sido nesse mesmo século, possivelmente, a sua construção.

Perante o argumento referido anteriormente é possível perceber que desde o seu início sempre foi um santo pertença do povo e acarinhado por este, ao ponto de lhe construir uma capela às suas custas em época de fracos recursos financeiros para a maioria da população.

Várias foram as alterações ao longo dos séculos, desde a feitura do retábulo-mor, em 1893, obras profundas na sua fachada principal e acabaria por ser em 2007 a construção dos anexos.

No primeiro mês do ano, é bastante aguardada a sua romaria, com a população da Trofa e localidades vizinhas a rumarem até Covelas a cumprirem as suas promessas ou simplesmente por amizade ou camaradagem a caminhar pelos vários trilhos das redondezas.

Decorria o ano de 1895 e escrevia-se na imprensa local de Santo Tirso que a festa era bastante concorrida e corria dentro da normalidade. O facto de ser bastante concorrida pode comprovar a antiguidade da mesma, não sendo uma novidade para a comunidade e por isso acorria em grande número.

Nos anos seguintes, a publicação de notícias sobre Covelas e a sua atividade religiosa, apenas uma notícia em final de 1897 com a colocação de um filho da terra, Padre Manuel Ferreira da Costa a ser colocado na freguesia de Santa Cruz no Concelho de Almodôvar em Beja a mais de 500 quilómetros de casa.

No ano seguinte, a freguesia recebia um novo padre Alberto Maia que vinha de Ermesinde para ser pároco em Covelas.

No primeiro ano do século XX, em 1901, a freguesia demonstrava enormes sinais de vitalidade na sua festa, bastante reconhecidas como se escrevia na imprensa local, no Jornal de Santo Tirso com referência para a enorme abundância de regueifas que vinham de Valongo e que convidavam a acompanhar com os vinhos brancos, que eram uma das imagens de marca daqueles festejos.

Os anos foram passando e a tradição das festas não esmoreceu, cresceu, renovou-se e faz parte inclusivamente da cultura jovem da Trofa, com milhares a rumarem à pequena localidade para comer o seu rojão e beber o seu vinho.

Uma importante marca do ADN do concelho da Trofa, não sendo somente desta freguesia que com um pouco de dinamização poderia ser destaque e referência concelhia neste processo de construção de identidade do município da Trofa.

José Pedro Reis

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