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Memórias e Histórias da Trofa: Páginas da História da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa – Inauguração do atual quartel (III)

“Perante várias individualidades políticas, o Padre Ribeiro benzia a primeira pedra numa cerimónia com enorme brilhantismo, confirmando o imparável crescimento da corporação que enchia de orgulho a sua gente”.

José Pedro Reis

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Na edição passada do Jornal do Ave foram feitas referências à capacidade operacional da jovem corporação que tinha várias viaturas de socorro médico e ia-se tentando reforçar com vários veículos de combate a incêndio.

Seguramente que, tal como hoje, a maior parte das chamadas com pedidos de auxílio eram relativas a esse tipo de operações e assim é natural que existisse um maior investimento nestas viaturas.

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Aliás, relativamente à operacionalidade no que respeita aos incêndios urbanos e industriais iria receber um importante contributo para o seu parque de viaturas através da Câmara Municipal de Santo Tirso que cedia à corporação um antigo veículo de recolha de resíduos sólidos urbanos que depois de devidamente preparado entrava ao serviço para transportar água para reabastecer as viaturas que estavam nos diversos teatros de operações como também por vezes para fazer combate direto às chamas.

Eram tempos de improviso, em que o que faltava em conhecimentos científicos os teatros de operações iam ensinando e preparando os homens para a ação no terreno.
A corporação contava desde aquela circunstância com um meio pesado que era uma mais-valia fundamental para o seu serviço.

Relativamente à construção do novo e atual quartel, por entre as várias propostas recebidas ganharia esse processo a empresa “Irmãos Sampaio”, oriunda de Vila Nova de Famalicão, que apresentou o valor mais baixo para a construção da obra e era esperado que demorasse 24 meses.

Dois anos separavam a corporação trofense de conseguir completar o seu importante projeto de engrandecimento e dotar a comunidade de mais uma obra fundamental para sustentar o seu progresso económico e social que parecia ser imparável.

Recordamos que a Trofa queimou rapidamente várias etapas de desenvolvimento administrativo, passando de um simples lugar, a vila e estaria a poucos anos de conseguir ser cidade.

Não devemos ignorar que um dos elementos fundamentais para ser cidade, entre muitos outros é deter uma corporação de bombeiros nos seus limites geográficos.

Em Portugal pelo menos que a memória não me atraiçoe que não exista a célebre cerimónia de “lançamento da 1ª pedra” e esta não seria exceção.

No dia 23 de setembro de 1986 iria ocorrer essa cerimónia que era vivida com muita ansiedade quer no seio da comunidade como também nos seus operacionais que do pouco iam fazendo muito e garantindo o socorro à população trofense.

O dia ameaçava chuva, o S. Pedro não parecia estar de acordo com aquele evento, mas, a multidão trofense saiu à rua e disse presente em mais um momento importante para a sua história.

As cerimónias iniciaram-se com um enorme cortejo de soldados da paz, com destaque para os bombeiros da Trofa que foram acompanhados de várias viaturas de vários pontos do país para engrandecer aquele momento. Estiveram presentes na parada 33 comandos de diferentes corporações de bombeiros, 150 operacionais e também 36 viaturas.

Um momento com pouco paralelismo no presente quando se realizam cerimónias semelhantes, fruto talvez da perda de muito do bairrismo e até sentimento de cooperação e união das várias corporações de bombeiros.

O percurso do desfile foi das antigas instalações até às atuais, passando pelo centro da cidade trazendo enorme brilhantismo aquele momento.

Seguiu-se a realização de uma missa campal, próxima ao local onde iria ser lançada a primeira pedra, com centenas e centenas de pessoas assistir ao discurso do falecido Padre Joaquim Ribeiro.

Perante várias individualidades políticas, o Padre Ribeiro benzia a primeira pedra numa cerimónia com enorme brilhantismo, confirmando o imparável crescimento da corporação que enchia de orgulho a sua gente e sobretudo motivava de forma indireta para a luta por outros objetivos, apoiando-se que para concluir um projeto ou um sonho basta lutar, acreditar e batalhar que mais tarde ou mais cedo será uma realidade a concretização dos objetivos que nos propomos a realizar.

Segue na próxima edição….

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