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Edição 590

Memórias e Histórias da Trofa – O teatro nos Bougados

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A grande maioria da população trofense cresceu com a ideia que o primeiro teatro na Trofa seria o conhecido Teatro Alves da Cunha, atualmente a Casa do Futebol Clube do Porto. A ausência de estudo fez com que se instalasse essa ideia, contudo, antes da transformação de uns velhos fornos de cal, em teatro, ocorreram espetáculos anos antes, no topo do Parque N. S. das Dores, próximo à avenida que segue para Mosteiró, Covelas e o Coronado.
A data da possível construção do teatro não foi encontrada, mas, em Santiago de Bougado em junho de 1934 construía-se uma casa de espetáculos do mesmo formato da existente em S. Martinho, que teria o seu espetáculo inaugural no dia 10 de junho de 1934 com a peça “As Rossas de Nossa Senhora”. Esteve mais de um mês em exibição e o espetáculo seguinte seria a comédia “Julgamento no Samouco”.
O grupo de atores que atuava naquela sala eram membros do Grupo Dramático de Bairros, todos amadores e encenados por Dr. Avelino Moreira Padrão. Também em S. M. Bougado aproximadamente uma década antes terá existido também um grupo denominado o Grupo Dramático Trofense.
A sala de espetáculos em S. M. Bougado recebeu inúmeros grupos de artistas e até um famoso faquir que já tinha atuado nas grandes salas de espetáculo do Porto e Lisboa.
As instalações de ambas as salas de espetáculo eram bastante rudimentares, ocorrendo bailes e teatros para recolher fundos, uma importante fonte de receita para o jornal “O Trofense” que dava os seus primeiros passos.
Na 4.ª feira de Cinzas, um funcionário dos caminhos de ferro, viu labaredas e deu o alerta de incêndio. A falta de bombeiros na Trofa e de meios de comunicação, não havia telefones na Trofa, dificultaram o socorro, acorreram ao incêndio os bombeiros de Santo Tirso e de Famalicão que se limitaram a operações de rescaldo devido à sua chegada tardia.
Nos meses seguintes, uma campanha para a obtenção de fundos para a reconstrução do edifício de S. M. Bougado, o proprietário Alfredo Guedes Machado estava com dificuldades em recuperar o imóvel e a pouca aderência ao pedido financeiro fez com que a Trofa perdesse um dos poucos divertimentos que tinha até à transformação dos antigos fornos de cal em teatro, batizado após a atuação do famoso ator à época Alves da Cunha nascido em 1889, com o seu nome naquele espaço.

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