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Memórias e Histórias da Trofa: Memórias da Paróquia de S. Mamede do Coronado

“A freguesia de S. Mamede do Coronado possui uma paróquia com largos séculos de existência, sendo o primeiro registo de batismo, como também de casamentos e até de óbito, do longínquo ano de 1586.”

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Ocupando um lugar de destaque no nosso concelho, freguesia com uma história ímpar que durante anos foi uma das localidades que mais contribuiu para o desenvolvimento do concelho – exemplo dessa situação a existência de um mercado muito antes de todas as outras -, a freguesia de S. Mamede do Coronado foi extremamente importante.

Numa sociedade fortemente católica, com grande impacto na sua cultura, as vivências desta organização no dia a dia da sua comunidade eram elevadas, não podendo ser descuradas.

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A freguesia de S. Mamede do Coronado possui uma paróquia com largos séculos de existência, sendo o primeiro registo de batismo, como também de casamentos e até de óbito, do longínquo ano de 1586.

A sua igreja, que é um local de beleza ímpar no concelho, uma das nossas joias de arquitetura, serve claramente para contradizer o mito urbano que “a Trofa não tem história”. Mais teria se a aposta não fosse somente em santeiros, uma vez que há mais elementos da nossa história e cultura que devem ser valorizados.

Nos meados do século XVIII, temos a feitura do retábulo de Nossa Senhora das Dores e também o retábulo-mor, algo atual para aqueles tempos, sendo que nas memórias paroquiais, desse momento da história, concretamente de 1758, o Pároco Bartolomeu Soares de Lima caracteriza a igreja como sendo muito antiga, embora, reforce obras de fundo naquele momento da história, com as imagens de São Bento, Evangelho, a imagem de Nossa Senhora do Rosário, Santo Amaro, São Sebastião, estando do lado oposto o Senhor Crucificado, Senhora do Bom Sucesso e por último Santo António.

A organização dos seus fiéis também era uma realidade, o ser humano sempre teve de se sentir integrado desde tempos imemoriais, com a existência da Confraria do Bom Sucesso que se dedicava a moços e moças solteiros, com a sua festa em julho, no dia de São Tiago. Outras festas havia, nomeadamente a de Santo António, com festa no dia 1 de maio, seguindo-se, por último, as habituais confrarias das Almas e do Subsino.

Uma grande atividade na paróquia de S. Mamede, com um templo de extrema importância com o culto a vários santos, a existência de várias confrarias que demonstram o trabalho dos seus católicos que seguramente seriam em bom número e bastante empreendedores.

A sua capacidade agregadora deveria ser um elemento motivador para a realização de várias obras e, em 1777, é construído praticamente de raiz do tempo atual, sendo bastante posterior apenas no início do século XIX que é construída a torre sineira e o seu órgão é colocado.

Vivemos na época moderna, um crescimento pouco comum para uma comunidade com as características que estavam em vigor num território como a Trofa, o progresso, a identidade e o desenvolvimento davam passos seguros e de enorme responsabilidade.

Uma comunidade unida, agregadora e empenhada em torno de um ideal que era seguramente um vale do Coronado mais desenvolvido que se irá perdurar por décadas e séculos seguintes, apenas ultrapassado na contemporaneidade e com a chegada do comboio (1875).

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