Crónicas e opinião
Memórias e Histórias da Trofa: As festividades de Santa Luzia, em 1923
Dia após dia, mês após mês, vai marcando a sua presença a Capela de Santa Luzia de forma bastante discreta no eterno reboliço que circula na Nacional 14.
Santa Luzia, nascida no ano de 283, iria morrer poucos anos devido ao martírio e à perseguição de que os católicos eram vítimas por parte do Imperador Diocleciano. Acabaria por se tornar uma das santas mais populares na época medieval, gozando de enorme reputação. Poderá ter sido por esse facto que viu ser construída uma capela em sua homenagem em terras de Bougado.
Os apontamentos mais antigos referem que a sua construção é do século XVII, poderá ter aproximadamente 400 anos, obviamente com grandes alterações na sua fachada e dimensão que numa fase primitiva deveria ser bem mais simples.
A data concreta da sua construção é um mistério, não abundam as fontes escritas e não é possível obter dados concretos relativamente à sua fundação.
Na atualidade, as suas festividades não se efetuam, o seu culto perdeu impacto social e religioso, algo normal e recorrente na história das comunidades, o culto dos santos e restantes figuras da Igreja Católica era realizado muitas vezes em função dos impactos temporais que os mesmos iam tendo no seio da sua população, por isso é comum ganhar e perder importância por diversos fatores.
Na realidade, na década de vinte, passados agora praticamente 100 anos, ainda se comemorava esta festividade que ocorria após os meados de maio, sendo, nesse ano, a 20 e 21 desse mês. Dois dias de festa e devoção e muitos participavam nessas atividades.
As festas eram caracterizadas e descritas como imponentes e referências na imprensa para milagrosas, podendo ser reconhecido em anos idos o seu poder de realizar milagres e isso contribuir de forma decisiva para a importância daqueles momentos.
No dia 20 de maio, às primeiras horas da manhã, iria dar entrada no souto da freguesia, a banda de Paços de Ferreira, seguindo dali para o adro da capela, onde aguardaria a chegada da Banda dos Bombeiros Voluntários de Famalicão, atuando de forma alternada as duas bandas pela madrugada. Não esquecendo o fogo de artifício que iria ter três fogueteiros.
O segundo e último dia de festividades ia ocorrer na segunda-feira, com sermão e missa cantada a ocorrer na capelinha, seguindo-se, durante a tarde, a atuação de bandas de música em dois coretos que eram construídos de forma provisória para aqueles momentos.
A procissão iria sair pelas 4 horas da tarde e ao longo do seu caminho previa-se forte afluência de fiéis devotos, com três andores e muitos anjinhos a participarem na mesma.1
Passados 100 anos, nada restou, as festividades perderam-se e perdeu-se elementos da cultura de Santiago de Bougado que talvez num futuro próximo possa ser recuperado como ocorreu com outras festividades.
José Pedro Reis
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