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Memórias e Histórias da Trofa: As aventuras de Manoel Dias da Costa Reis

“Era o soldado n.º 117 da sua unidade, estava no Batalhão de Sapadores do Caminho de Ferro.”

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Decorre o ano de 2023, está passado um pouco mais de um século desde o fim da Primeira Guerra Mundial que iria deflagrar, sobretudo, na Europa e marcar, profundamente, o futuro político, social e económico deste continente.

A nação portuguesa acabaria por participar neste conflito como é do conhecimento geral da população lusa, mas poucos valorizam as relações de proximidade com a comunidade que este conflito iria criar.
Assim, perante a argumentação referida no parágrafo passado, vários foram os soldados do futuro concelho da Trofa que se encaminharam para a guerra, quer na África como também no palco europeu e que estavam completamente alheados da realidade que iriam encontrar e que para muitos iria ser dramática e pagariam inclusivamente com o preço da própria vida.
Manoel Dias da Costa Reis foi um deles. Era o soldado n.º 117 da sua unidade, estava no Batalhão de Sapadores do Caminho de Ferro.
Ainda solteiro e filho de António da Costa Azevedo Reis e de Marcelina da Costa Dias iria jogar o seu futuro naquele território, partindo de S. Martinho de Bougado.
O seu destino foi o de milhares de outros jovens e embarcaria em Lisboa, a 26 de maio, rumo a solo francês.
A sua presença na frente de combate foi bastante penosa, tanto que em 9 de outubro desse mesmo ano de 1917 seria ferido em combate e encaminhado de ambulância para uma unidade hospitalar.
Algumas semanas depois no primeiros dias de janeiro de 1918 seria punido com uma semana de prisão disciplinar, porque decidiu não se apresentar ao serviço para o qual estava escalado e sendo inspecionado pelo Tenente Médico não lhe foi confirmada a doença que ele referia padecer.
Novamente, meses mais tarde, os problemas de saúde continuavam a perseguir, sofrendo vários procedimentos disciplinares relativamente a não haver uma ligação médica para os seus sintomas.
Na prática, poderá o leitor pensar que se tratava de um ato isolado a conduta deste jovem soldado, porém, a situação não era inédita nas tropas portuguesas e até podemos referir como sendo comum, atendendo ao enorme desgaste físico a que eles estavam expostos.
No meio de mais peripécias acabaria por chegar o nosso Manoel a Lisboa e desembarcar a 1 de maio de 1919.
Apesar de todos os sobressaltos, peripécias, aventuras, o nosso homem acabaria por chegar de novo para junto da sua família e continuar a escrever as páginas da história da sua vida, ao contrário de muitos soldados lusos que morreriam em combate, ou então de doença, pagando o preço mais elevado da defesa da pátria.

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