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Memórias e Histórias da Trofa: Apontamentos para a história do Clube Desportivo Trofense – O seu estádio

O atual estádio é um equipamento importante na história da instituição até porque, até à sua inauguração, o grémio estava impedido de competir em competições oficiais porque o seu campo era bastante arcaico.

José Pedro Reis

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Atendendo à nova época que está prestes a começar com o Clube Desportivo Trofense a realizar a sua apresentação aos sócios no passado sábado, importa introduzir mais elementos da sua história nestas crónicas.

O atual estádio é um equipamento importante na história da instituição até porque, até à sua inauguração, o grémio estava impedido de competir em competições oficiais porque o seu campo era bastante arcaico.

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Recordo, ou dou a conhecer aqueles que menos sabem da história da instituição que desde 1936 até 1950 a situação do clube era de completo amadorismo, jogando em terrenos improvisados e em competições também desse cariz.

O campo oficial para a prática dos seus jogos era no Campo do Bairro da Capela, uma casa que foi utilizada durante dois anos (1947 – 1949), permitindo a realização de jogos amigáveis com equipas vindas do Porto.

No ano de 1949, o proprietário do terreno, Joaquim da Costa Pereira Serra, deseja urbanizar o terreno, assim sendo acaba por pedir aos Sr. Américo Campos que abandone o espaço para dar início ao processo de urbanização.

Após este processo de mudanças de campo, da utilização do campo do Bairro da Capela, uma direcção já existente que denotava obviamente uma maior organização eis que nasce uma comissão de 4 elementos que era composta por quatro elementos:. Américo Campos, Narciso Alves Oliveira, Napoleão de Sousa Marques e António Oliveira Cabral eram os elementos dessa comissão.

Uma comissão que teve como primeira verba, quinze mil escudos conseguida através da cobrança de entradas no recinto de jogos do “Campo do Bairro da Capela” que não era vedado e de donativos, com vista à aquisição de um terreno para o parque de jogos da colectividade.

Necessário encontrar um campo, eis que a comissão começa a busca, uma busca complicada porque os melhores terrenos se encontravam com preços proibitivos ao magro orçamento da colectividade.

Um terreno a monte foi a melhor solução e eis que um terreno onde existia um terreno com um pinheiral, funcionando como local de extracção de xisto.

Joaquim da Costa Pereira Serra, vende o terreno por 50 mil escudos, uma entrada de 15 contos e o pagamento do restante em prestações trimestrais, por reformas sucessivas de letras, a descontar pelo Banco Nacional Ultramarino de Vila Nova de Famalicão.

Um processo bastante duro, bastante complicado, facto que não era novo para a nossa instituição, décadas antes a construção do Campo do Catulo também não foi fácil.

Após o início das obras, verificou-se que aquele terreno, não era suficiente, necessário adquirir mais terrenos contíguos ao primeiro terreno adquirido.

Iniciaram-se as obras de terraplanagem, atulhamento das pedreiras, construção dos balneários, vedação do parque de jogos, uma empreitada que ficou pela quantia de duzentos contos. A aquisição de um terreno que ligava com o caminho de Jarretes e a estrada nacional, para finalizar a construção do campo, ficou por vinte e cinco contos, elevando a factura aos duzentos e vinte e cinto contos.

Um investimento muito avultado para a altura, contudo pontualmente, nas datas combinadas, o pagamento das prestações era realizado com sucesso, um sucesso que dependia dos sorteios mensais, de subsídios e peditórios públicos, de receitas de entrada no campo para jogos frequentes.

Uma pequena e simples referência era feita no Jornal de Notícias, no dia 23 de Dezembro de 1950 sobre a inauguração do novo estádio do C.D. Trofense. Uma breve referência que em nada acompanhada a grandiosidade deste evento para os que sentem o símbolo desta instituição.
Comparando as duas inaugurações podemos afirmar que de facto a inauguração ocorrida no início da década de 30 teve um impacto muito mais assombroso na imprensa nacional que a que ocorreu no início da década de 50.

O parque de jogos, depois de pronto, foi inaugurado no dia 24 de Dezembro de 1950, com a solta de pombos, corte de fitas, exibição folclórica, e disputa de dois jogos: o primeiro entre a equipa do Trofense e a de Rebordões, encontrava-se em disputa nesse jogo a “Taça da Inauguração”, o segundo jogo colocou frente a frente a formação do F.C. Famalicão e a formação do Tirsense, encontrando-se em disputa nessa partida a Taça “Indústrias da Trofa”.

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