quant
Fique ligado

Crónicas e opinião

Memórias e Histórias da Trofa | A história do futebol de formação no Clube Desportivo Trofense

O surgimento do futebol de formação perde-se na fundação do Clube Desportivo Trofense, praticamente desde o seu princípio, em 1928, como também na sua refundação nos anos 50.

José Pedro Reis

Publicado

em

No início do século XX, o futebol que se praticava nas escolas não tinha o rigor educacional daquele que é praticado na atualidade, afirmava Álvaro Magalhães, no seu livro, “História Natural do Futebol” e rapidamente no seio dos clubes surgem as suas academias.

Alusão no parágrafo precedente para as escolas, porque foi nas escolas que o desporto se começou a propagar junto dos mais novos e não podemos ignorar, obviamente, o papel da “Casa Pia” que foi um viveiro de talentos quer desportivos, como também associativos e que contribuiu de forma notória para o desenvolvimento da prática desportiva.

Publicidade

 

Atendendo que é meu propósito estudar a história do Clube Desportivo Trofense, deve ser colocada a atenção nas memórias desta instituição e rapidamente surgem as primeiras conclusões. O surgimento do futebol de formação perde-se na fundação do Clube Desportivo Trofense, praticamente desde o seu princípio, em 1928, como também na sua refundação nos anos 50. O futebol de formação foi uma das suas vertentes desportivas e acarinhada com maior ou menor intensidade.

O relato na imprensa do primeiro desafio de futebol de formação é referente a um encontro entre o Sporting Clube da Trofa e uma equipa tirsense que não foi mencionada, encontro disputado em junho de 1929, vencido pela a equipa da Trofa pelo resultado de 3-2.

“No Campo da Capela realizou-se um encontro de football entre o Grupo Infantil da Trofa e igual categoria de Santo Tirso, cabendo a vitória ao nosso onze pela contagem de 3-2, depois do desafio movimentado. Os nossos mereceram ganhar. A arbitragem a cargo do conhecido jogador Arnaldo Ferreira, atenta e cuidada. Com este desafio terminou a época footbolistica de 1928/29. Para o ano voltamos à luta, esperançados em boas vitórias”.

Os jogos iam sendo organizados com pouco rigor, até porque, não havia ainda nesta fase da história uma organização funcional do futebol de formação na Associação de Futebol do Porto, restando às várias equipas fazer os seus jogos amigáveis.

Na refundação do clube a primeira equipa a competir foi a dos juniores e depois, de forma paulatina, foram surgindo os restantes escalões.

Durante vários anos, o recorde de golos marcados num jogo foi pertença do Clube Desportivo Trofense e da sua equipa de juniores, conseguindo uma vitória sem paralelo na história e muito menos, num adversário tão próximo geograficamente que alimenta as tradicionais rivalidades.

Nos anos 90, concretamente na época de 1990/91 o seu departamento de formação na Associação de Futebol do Porto inscrevia equipas de três escalões (juniores, juvenis e iniciados). Estamos perante um projeto desportivo que estava cada vez mais consolidado com cada vez mais jovens a praticar desporto e a defender as cores da sua terra.

Todavia, apesar do esforço dos seus dirigentes, pais e também atletas, as lacunas eram inúmeras em termos organizativos, sobretudo no que respeita aos espaços para treinar, fundamentalmente desde o arrelvamento do seu estádio.

Os seus jogos e treinos seriam disputados no campo de jogos de S. Mamede do Coronado, Guidões, não se ficando apenas pelo território referente ao futuro concelho da Trofa, mas, também, nas freguesias desportivas vizinhas nomeadamente em Lousado, Fradelos e Vilarinho das Cambas, que cediam os seus campos graciosamente. Contudo a direção tentava encetar esforços para que os jogos oficiais fossem jogados no reduto do Atlético Clube Bougadense, enquanto o Complexo Desportivo de Paradela não ficasse concluído.

Atendendo a todas as dificuldades que foram inúmeras, os resultados iam surgindo com alguma naturalidade, com os juniores do Trofense a conseguirem ser apurados para a fase final do seu campeonato, sendo comandados por Wilson Rodrigues, que se deparava com enormes dificuldades. Segundo o próprio, a instituição não reunia as condições para que o departamento de formação conseguisse disputar um campeonato nacional nas próximas épocas.

Os resultados desportivos existiam, mas, faltavam elementos quer financeiros, como também materiais para alimentar uma máquina que tinha cada vez mais necessidades atendendo ao crescente número de atletas.

A atividade deste departamento, vivia de dádivas, sendo exemplo a da empresa Máquinas Pinheiro, concretamente 70 sacos para transportar equipamentos, o que era um excelente contributo para os miúdos que sonhavam jogar pelos seniores do Trofense.

Relativamente às Máquinas Pinheiro é importante mencionar que essa empresa era a patrocinadora oficial da equipa neste momento da história.

O departamento de formação foi evoluindo desportivamente, não ignorando que no passado recente estiveram numa época três equipas nos campeonatos nacionais (juniores, juvenis e iniciados). Também ao nível das infraestruturas houve melhorias. Um longo caminho percorrido que deverá ter continuação nos próximos anos, com a valorização dos jovens atletas, não esquecendo a recém criada equipa sénior B, que permite uma formação mais preparada dos seus “meninos”.

Edição Papel

Vê-nos no Tik Tok

Comer sem sair de casa?

Farmácia de serviço

arquivo

Pode ler também...