Ano 2009
Livro e filme “Delfim”, duas obras-primas exibidas em Seide
“Delfim”, a obra-prima do escritor José Cardoso Pires, filmada pelo cineasta Fernando Lopes foi vista por uma sala repleta de gente, na passada sexta-feira no auditório do Centro de Estudos Camilianos, em S. Miguel de Seide, no âmbito da iniciativa “Um Livro, Um Filme”. O convidado foi José Carlos Vasconcelos, o director do “J.L.”, o Jornal de letras, artes e ideias, que considera Cardoso Pires “um grande escritor e um grande artista da língua portuguesa”. “Comecei por escolher” – explicou José Carlos Vasconcelos – “A Balada da Praia dos Cães, outro grande livro de Cardoso Pires que editei, mas do qual não foi possível encontrar uma cópia disponível para exibir”. “É uma história verídica de uma revolta militar falhada, comandada contra Salazar pelo capitão Almeida, que Cardoso Pires conta magistralmente”, explicou, salientando, no entanto, que “o Delfim, não lhe fica atrás, pelo contrário, é também uma obra-prima, da literatura portuguesa, que retrata alguns mitos do salazarismo, como o marialvismo e a submissão do género feminino”. A actriz Alexandra Lencastre e o actor Rogério Samora protagonizam no filme de forma exemplar esta relação de dominação.
O realizador Fernando Lopes também consegue, com este filme, um dos pontos altos da sua carreira, marcada, até então, por “Belarmino” baseado na história do pugilista Belarmino. Ele, usando a linguagem cinematográfica aproxima-se do rigor e da depuração da escrita de Cardoso Pires, anota Vasconcelos.
José Carlos Vasconcelos lembrou, no início da sessão, que a sua vinda a Seide era também o regresso à sua juventude, no início dos anos 60, quando fundou um cine-clube na Póvoa de Varzim e se dedicava à crítica cinematográfica.
No decorrer do debate, José Carlos Vasconcelos fez um paralelo de Cardoso Pires com Camilo, evidenciando que, ao contrário de Camilo, que escrevia muito e tudo editava, Cardoso Pires, controlava e depurava os seus textos, deitando fora muito do que escrevia, e publicando só depois de os trabalhar e emendar até ao cansaço.
O livro Delfim ganhou, no ano de publicação, o Grande Prémio do Romance APE, e o filme de Fernando Lopes também foi saudado, pela crítica, como uma das grandes obras do novo cinema português. Mas, realçou, J. Carlos Vasconcelos, os dois são realidades distintas, são duas obras de arte, mas diferentes. E explicou: O prazer de ver o filme não nos dá a beleza e o prazer da leitura da escrita, concisa e depurada, do texto de Cardoso Pires.
Esta afirmação abriu um debate, na sexta-feira em Seide, sobre as questões suscitadas pela adaptação dos livros ao cinema, designadamente, das suas vantagens e desvantagens e das dificuldades com que se depara a arte cinematográfica para transpor para a tela as grandes obras-primas da literatura.
Recorde-se que esta foi a terceira vez que foi escolhido, neste ciclo, que já tem mais de dois anos de duração, um escritor e um realizador português. A esmagadora maioria dos filmes exibidos pertencem a autores estrangeiros.
O realizador Fernando Lopes também consegue, com este filme, um dos pontos altos da sua carreira, marcada, até então, por “Belarmino” baseado na história do pugilista Belarmino. Ele, usando a linguagem cinematográfica aproxima-se do rigor e da depuração da escrita de Cardoso Pires, anota Vasconcelos.
José Carlos Vasconcelos lembrou, no início da sessão, que a sua vinda a Seide era também o regresso à sua juventude, no início dos anos 60, quando fundou um cine-clube na Póvoa de Varzim e se dedicava à crítica cinematográfica.
No decorrer do debate, José Carlos Vasconcelos fez um paralelo de Cardoso Pires com Camilo, evidenciando que, ao contrário de Camilo, que escrevia muito e tudo editava, Cardoso Pires, controlava e depurava os seus textos, deitando fora muito do que escrevia, e publicando só depois de os trabalhar e emendar até ao cansaço.
O livro Delfim ganhou, no ano de publicação, o Grande Prémio do Romance APE, e o filme de Fernando Lopes também foi saudado, pela crítica, como uma das grandes obras do novo cinema português. Mas, realçou, J. Carlos Vasconcelos, os dois são realidades distintas, são duas obras de arte, mas diferentes. E explicou: O prazer de ver o filme não nos dá a beleza e o prazer da leitura da escrita, concisa e depurada, do texto de Cardoso Pires.
Esta afirmação abriu um debate, na sexta-feira em Seide, sobre as questões suscitadas pela adaptação dos livros ao cinema, designadamente, das suas vantagens e desvantagens e das dificuldades com que se depara a arte cinematográfica para transpor para a tela as grandes obras-primas da literatura.
Recorde-se que esta foi a terceira vez que foi escolhido, neste ciclo, que já tem mais de dois anos de duração, um escritor e um realizador português. A esmagadora maioria dos filmes exibidos pertencem a autores estrangeiros.
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