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Linha do Equilíbrio: Fome emocional, uma realidade ou um mito?

Esta necessidade, apesar de solucionar, a curto prazo, as situações stressoras e negativas, poderá ser considerado um comportamento patológico quando ocorre frequentemente, na tentativa de compensar os sentimentos negativos e sensações desagradáveis.

Sandra Maia

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Quem já viveu em alturas de escassez de alimentos, seja por guerra ou conflitos sociais, económicos, por catástrofes, entre outras, saberá o quanto é difícil ter pouco ou nada para comer. Este cenário chega-nos, diariamente, pela televisão e pelas redes sociais. Pessoas caminham largas horas para se colocarem em filas, suplicam por alimentos e podem, até mesmo, fazer coisas impensáveis para os obterem. Aliás, a fome é uma técnica usada na guerra como estratégia para ganhar batalhas.

Assim, podemos afirmar que comer é uma necessidade básica e fundamental para o ser humano, pois sem comer morreríamos em pouco tempo. Comer envolve vários processos: físico, emocional, contextual, bem como a capacidade para gerir as diversas informações que vamos percebendo destes processos, de que são exemplos: se é a hora de comer; se sentimos fome; se estamos sem energia.

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Contudo, verifica-se que algumas pessoas podem utilizar a comida como um mecanismo de compensação, ou seja, quando se encontram em situações de elevado stress, ansiedade, tristeza, preocupações, angústias, entre outras. Logo, comem para “alívio” do seu estado emocional, utilizando a comida como forma de lidar com as suas emoções, dando origem à “fome emocional”, onde a vontade de comer surge mesmo nas ausências de necessidades fisiológicas.

A “fome emocional” caracteriza-se por aparecer de forma súbita e com um carácter tendencialmente de insatisfação (quase sem fim), podendo impor um alimento específico (muito comum chocolate, bolos e outras guloseimas) em grandes quantidades, sendo que este padrão emocional ocorre de forma automática e inconsciente. Esta necessidade, apesar de solucionar, a curto prazo, as situações stressoras e negativas, poderá ser considerado um comportamento patológico quando ocorre frequentemente, na tentativa de compensar os sentimentos negativos e sensações desagradáveis. Associada a este quadro surge a culpa pela ingestão de alimentos calóricos, com a baixa autoestima e a desvalorização pessoal, criando um círculo vicioso, semelhante às perturbações de dependência ou abuso de substâncias, que neste caso concreto poderá, ainda, conduzir à obesidade e a doenças a ela associada.

Como comer é um ato simples e, ao mesmo, tempo complexo, torna-se fundamental ter consciência do que motiva uma pessoa antes de se alimentar, isto é, aprender a distinguir a fome física da “fome emocional”. Ainda como estratégia para lidar com a “fome emocional” será identificar o que desencadeia a necessidade “inconsciente” de comer para que se possa promover uma conexão positiva entre a emoção e a alimentação.

A fome emocional existe, é uma realidade e tem solução.

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