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Edição 493

José Manuel Fernandes apresenta livro sobre internacionalização (c/video)

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O empresário José Manuel Fernandes lançou o livro “Caminhos do Exportador – Estratégias de Internacionali-zação”, na Associação Empresarial de Portugal.

A experiência de 36 anos de José Manuel Fernandes no mundo empresarial fazem do grupo Frezite um dos mais conceituados na área da metalomecânica, a ponto de, a nível tecnológico, dar lições a potências como a Alemanha. O empresário não quis guardar para si o know-how que adquiriu ao longo das décadas e transferiu-o para um livro, que serve de manual de boas práticas para quem se quer aventurar nos mercados externos. “Caminhos do Exportador – Estratégias de Internacionalização” é um livro acessível – nada de se parecer com calhamaços com termos técnicos quase indecifráveis – e com um cunho autobiográfico, no qual José Manuel Fernandes revela a importância da “virtude do erro” para alcançar o sucesso. Os contratempos vividos na experiência como empresário são documentados como alerta para que os empreendedores emergentes os consigam driblar e chegar aos resultados positivos mais rapidamente.
Sem deixar de lado os modelos teóricos, José Manuel Fernandes privilegia a prática e dá dicas a quem quer instalar um negócio no estrangeiro ou então exportar, referindo-se a processos como licenciamentos, franchising e escolha de parceiros.
Este tratamento dado por José Manuel Fernandes ao tema foi elogiado pelos oradores da sessão de lançamento do livro, que decorreu no Porto, na Associação Empresarial de Portugal, em Leça da Palmeira, na quarta-feira. No dia anterior, a obra foi apresentada em Lisboa.
José António Barros, vice-presidente da Confederação da Indústria Portuguesa, salientou a importância que o autor dá à virtude do erro. “As histórias contadas podem estar na base do sucesso ou insucesso”, sublinhou.
Luís Mira Amaral, autor do prefácio, recuou aos tempos em que foi ministro (de 1985 a 1995) para referir que “na altura, em que se falava da Frezite, Máquinas Pinheiro e MIDA, já sabia qual delas ia vingar”. As duas últimas faliram e constam no livro como exemplo da falta de matrizes de gestão de risco, comportamento que, diz, se vê vulgarmente nas PME (Pequenas e Médias Empresas).
O antigo governante considera que a capacidade de a Frezite dar lições de tecnologia no mercado alemão “é uma marca de referência”, que se explica pelo ADN do Grupo.
A ideia de fazer o livro surgiu quase como um dever cívico que emergiu numa altura de crise. “Percebi que devíamos transferir conhecimento para a sociedade e para as empresas, num momento em que o país tanto necessita de crescimento económico”.
Através da obra, José Manuel Fernandes defende que as empresas têm de estar à altura dos desafios de “uma sociedade cada vez mais economicista”, sendo capazes de traçar “novos perfis organizacionais para obter sustentabilidade em novos mercados”.
O empresário chega mesmo a lançar um número para as exportações, com vista à recuperação económica do país. “Neste momento, Portugal tem uma componente de exportações de 40 por cento sobre o PIB (Produto Interno Bruto), mas dentro de uma década tem que estar com exportações acima dos 60 por cento”, afirmou. O livro – que pode fazer parte de uma coleção de três obras – é o seu contributo para alcançar esse desígnio.

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Por outro lado, lança o repto ao Governo: “O Governo tem que ter essa perceção, ativar políticas económicas, com incentivos para as empresas para, primeiramente, mudarem o paradigma de mercados, ou seja, tudo o que estava virado para o mercado nacional se têm produto, serviço e valor para ir para os mercados externos, devem-no fazer, rapidamente. Depois, o aparecimento de novas empresas com características de serem empresas com forte base de conhecimento têm que nascer do convívio do que de melhor se faz lá fora”.
José Manuel Fernandes defende também que as empresas exportadoras ou com intenção de entrar nos mercados externos devem “rejuvenescer a estrutura dos recursos humanos”, nos departamentos de comércio internacional e afins, mesmo que isso signifique sobredimensioná-los. “As empresas têm de ter pessoas de reserva e essa aposta tem que ser nos jovens. As nossas universidades estão a formar gente com muita qualidade e com capacidade de fazer mais que os mais velhos em termos de sacrifício, como viagens para outros mercados. Esses recursos humanos são uma bênção dentro de uma organização”, concluiu.

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