Edição 554
Invertem-se os papéis políticos e os trofenses estão na mesma…
Incontornáveis os problemas das inundações que, ano após ano, transformam a Trofa na “Veneza do norte”, mas sem os proveitos turísticos que goza a conhecida cidade italiana. O problema diz-se, e foi repetido por todos os autarcas com funções executivas desde 1998, Bernardino Vasconcelos, Joana Lima e Sérgio Humberto, que o sucedido tem a ver com umas tais construções que foram feitas sobre o leito de um rio, nas décadas de 80 e 90, do século passado! Sacode-se assim, de forma literal, a água do capote…
Quanto ao discurso político estamos falados e, certamente, o leitor recordou um dos momentos, pelo menos duas cheias por ano nos últimos 17 anos (onde não nos podemos queixar de autonomia administrativa para delinear soluções para os nossos próprios problemas), que perfazem pelo menos 34 ocasiões em que aos decisores políticos atrás citados foram sendo convidados pelos órgãos de comunicação social, locais e nacionais, para se justificarem relativamente a cada uma das catástrofes. Catástrofes, sim! É disso que falamos, os prejuízos materiais ascendem a milhões de euros, por cada um dos episódios, não sendo muitos deles seguráveis, pois as zonas são consideradas de elevado risco, a que acresce a desvalorização de terrenos que alagam e ficam impróprios para cultivo e as construções efetuadas tornam-se pouco atrativas, quer para as empresas, quer para particulares – é a Trofa moderna que temos, onde se diz o futuro passa por aqui!
Quem chega promete soluções e é destas que me interessa falar, pois não posso esquecer setembro de 2013, véspera do ato legislativo que viria a ditar a vitória de Sérgio Humberto, data em que o Parque das Azenhas sofreu uma tremenda inundação (similar à desta semana) e com ela Joana Lima perdeu as eleições. Passou de um estado de graça na festa da apressada inauguração de um projeto inacabado, para alvo de chacota e ridicularização nas redes sociais, jornais e conversas de café. Normal (ou talvez não), o importante era ganhar eleições e tudo servia de pretexto. Com o novo candidato tudo seria diferente, aclamava-se! Passaram mais de 2 anos desde essa data, em dias passam mais de 800 e o que se conhece de demarches para resolver o problema, nada! O discurso, esse, continua igual. Foi feito algum estudo para resolver este impedimento que faz a Trofa dar 2 passos à frente e 1 atrás, marcando passo no progresso que almejamos e vemos acontecer nos concelhos vizinhos? Alguém conhece um projeto, um único que seja, para resolver (ou pelo menos atenuar) este cancro que a Trofa padece em dois eixos de grande relevância face a duas Estradas Nacionais (Nº14 e Nº104)? Ainda dentro das preocupações do executivo deveria estar a destruição dos seus próprios pertences, já que o edifício da Câmara Municipal fica em pleno coração da cidade submersa, obrigando inclusive a constantes paragens de produtividade dos seus funcionários a que acrescem depois trabalhos extras em claro prejuízo do erário público. O que está pensado para alterar a localização da Câmara? Não perca tempo a pensar, caro leitor, nada!
De regresso a um dos ex-libris da Trofa, o Parque das Azenhas, projeto lançada por Bernardino Vasconcelos, e obra aprovada por Joana Lima, teve sempre acompanhamento do arquiteto António Charro na qualidade de “Chefe de Divisão Planeamento e Urbanismo da Câmara Municipal da Trofa” que até mereceu um voto de confiança do executivo liderado por Sérgio Humberto promovendo-o a “Diretor de Departamento de Administração do Território do Município da Trofa”! Em conjunto, estes responsáveis, respondem pelo investimento de dois milhões e setecentos mil euros de fundos comunitários de uma obra que já deveria estar encerrada de modo a evitar a perda de mais fundos comunitários, como já aconteceu no recém-inaugurado Parque Dr. Lima Carneiro, com a inacabada Concha Acústica (Palco), onde foram subtraídos aos trofenses 200 mil euros e sem culpados, técnicos ou políticos!
Numa obra que ficou em fase de remate, desde 2013, com trabalhos extra de cerca de mais 500 mil euros aprovados em Assembleia Municipal, de 2014, para fazerem face à destruição que penalizou Joana Lima, de que se queixa o atual executivo para terminar a obra? O mais difícil, que para muitos era mesmo impossível foi feito por Joana Lima, o processo de negociação para expropriação de terrenos, será que Sérgio Humberto ainda se vai encorajar e atribuir novamente culpas à ex-autarca, esquecendo os mais de 800 dias de inércia para concluir os trabalhos e oferecer uma obra lindíssima para usufruto dos trofenses?! Ou, ao invés, irá assumir as suas responsabilidades políticas e iniciar o apuramento de responsabilidades técnicas, se elas existirem? Estamos atentos.
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