Edição 614
Infantis do Atlético Clube Bougadense: “Houve uma notória evolução dos atletas”
A equipa de infantis do Atlético Clube Bougadense não está muito bem classificada na série 3 da 2.ª Divisão da Associação de Futebol do Porto, mas a pontuação é o que menos interessa ao treinador João Costa, que esta temporada se estreia nessa função. Em entrevista ao NT, o técnico revelou quais são as pedras basilares da formação nesta etapa.
O Notícias da Trofa (NT): Como está a correr a temporada?
João Costa (JC): Ao nível da classificação, que não é de todo uma prioridade, nem o foco principal, ou pelo menos não o deve ser na minha opinião, estamos posicionados no fundo da tabela, numa série com equipas de enorme qualidade na sua formação e reconhecidas por isso mesmo, como por exemplo Rio Ave, Boavista, Varzim e Alfenense. Naquilo que é realmente crucial, ou seja, a formação dos miúdos, o seu desenvolvimento não só como atletas mas também como seres humanos, faço um balanço totalmente positivo, realçando que existiu uma notória evolução em todos os aspetos daquilo que foi a primeira metade da temporada em analogia com a atualidade.
Quero aproveitar para agradecer à direção do Atlético Clube Bougadense, pela oportunidade de me iniciar na atividade de treinador. E destinar um enorme agradecimento ao diretor do escalão de infantis, senhor António Pinto, que tem sido incansável e insubstituível a todos os níveis, ao meu treinador adjunto, João André, e aos meus atletas que são os melhores do Mundo.
NT: Quais os objetivos na competição?
JC: Como mencionei anteriormente, não foi dada desde início muita importância à componente classificativa da minha parte nem da restante equipa técnica. Foram criados objetivos relativos a outros aspetos: dar a ganhar aos atletas um gosto enorme pela modalidade; fazer com que eles se divirtam; obviamente incutir neles vontade de ganhar, mas também garantir que eles sabem que não é isso o mais importante nas suas idades e que não se trata de uma questão de vida ou morte; transmitir bons valores morais e sociais; por último mas não menos importante também, desenvolver os aspetos coordenativos, técnicos, táticos e até mesmo cognitivos dos atletas.
NT: Quais as principais dificuldades neste escalão/competição?
JC: Um dos maiores predicados para o sucesso é sabermos das nossas próprias limitações. Inicio desta forma a resposta a esta questão porque, o facto de este ser o meu primeiro ano como treinador e os erros naturais de quem tem pouca experiência, estão a ser sem dúvida uma das dificuldades. As restantes dificuldades que atravesso neste escalão são o número reduzido de atletas no plantel, a deserção por parte de alguns atletas ao longo da temporada, a escassa assiduidade dos atletas, sem dúvida que a idade em que se encontram os atletas, o início da adolescência, os seus muitos fatores quer fisiológicos quer sociais, fazem com que tenham dificuldade em estar com níveis altos de concentração durante o treino e a instrução e realização dos exercícios.
NT: Com que aptidões os atletas se capacitam neste escalão?
JC: Uma das maiores dificuldades é o número reduzido de atletas no plantel, por esse mesmo motivo, não há um sistema de seleção muito rígido. Devido a esse facto, dispomos de atletas de todos os níveis, desde os mais desenvolvidos tecnicamente, passando pelos mais desenvolvidos fisicamente, até mesmo àqueles que estão a dar os primeiros toques numa bola. Neste prisma de aptidões, a idade biológica é bastante importante e nesta idade não reflete muitas vezes a idade cronológica dos atletas, isto é, podemos ter dois atletas com 12 anos em que um tem 1,30m e outro tem 1,60m ou 1,70m. Os atletas que são mais maturados fisicamente podem sobressair-se relativamente aos demais, mesmo não tendo tantas capacidades técnicas e até mesmo táticas de outros atletas que são fisicamente pouco desenvolvidos
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