Incêndio na Continental não põe em causa saúde pública

O fumo que se espalhou pelos concelhos da Trofa, Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso, devido ao incêndio que destruiu o armazém da empresa Continental/Mabor, não põe em causa a saúde pública.

Apesar de causarem possíveis problemas respiratórios na população incluída nos grupos de risco, o fumo e as partículas de substâncias nocivas que se espalharam pela região, na sequência do incêndio nos armazéns da empresa Continental/Mabor, não são prejudiciais para a saúde. A garantia foi dada ao NT por Ana Tato, coordenadora da Unidade de Saúde Pública de Santo Tirso/Trofa. “Uma vez que a população apenas esteve exposta por um curto período de tempo, não incorre em riscos futuros para a saúde”, afirmou. “Se esta exposição ao fumo fosse contínua, aí sim, poderiam suceder consequências mais graves para a saúde, como o cancro”.

Para explicar melhor o efeito nocivo do fumo e das partículas que foram libertadas para o ar, Ana Tato deu como exemplo o tabaco: “Apesar de cada cigarro conter inúmeras substâncias prejudiciais, não é um cigarro isolado que provoca os problemas de saúde, mas sim, a exposição contínua no tempo a essas mesmas substâncias”.

Ainda assim, portadores de doenças do foro respiratório podem ter sentido alguma falta de ar e dificuldades acrescidas em respirar. No entanto, estes sintomas não perduram no tempo, pois o fumo dissipou-se a pouco e pouco. A responsável pela saúde pública no concelho avançou ainda que não teve conhecimento “de um aumento do número de entradas no hospital ou nos centros de saúde de doentes com dificuldades respiratórias”. Neste tipo de situação, os doentes de risco devem “evitar ao máximo estar expostos aos cheiros e aos fumos e ter muito cuidado com a hidratação”, aconselhou.

Ana Tato lamentou o acontecido, mas sublinhou que foi “sobretudo um problema ecológico”.