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Edição 545

Homens mais fortes do Mundo no campeonato de powerlifting na Maia

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Mais de 600 powerlifters e supinadores vão estar na Maia, de 9 a 14 de novembro, das 9 às 23 horas, para participar no campeonato do mundo, organizado pelo WPC Portugal, liderado por Sandro Eusébio. O atleta, que tem um ginásio em Alvarelhos, onde promove todas as provas de carácter nacional, está a cumprir um sonho de longa data ao organizar, em conjunto com a sua equipa, uma competição desta envergadura.

“Esgotamos a Maia em três dias e tivemos de distribuir outros participantes pelo Porto e por Vila do Conde. E não temos mais atletas porque estamos no país que estamos. Em Israel, tenho dezenas de pessoas que queriam vir, mas o nosso consolado não os atende”, afirmou Sandro Eusébio, em declarações ao NT.

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O Mundial de Powerlifting, Supino e Peso Morto é uma das maiores provas da modalidade e irá trazer ao Complexo Municipal de Ténis, na Maia, os homens mais fortes do Globo. O finlandês Ano Turtiainen é um dos exemplos. “Será um dos momentos marcantes da prova, uma vez que se trata de um atleta fantástico, que regressa à competição depois de uma longa paragem, devido a lesão”, atestou Sandro Eusébio, que coloca expectativas elevadas no finlandês. Do lado luso, Florentino Pinheiro, poderá fazer a diferença. “Já foi detentor do recorde do mundo de Supino RAW (sem equipamento) e é muito forte. Acredito que possa levar o título ou bater mesmo o recorde do mundo”, anteviu Sandro Eusébio.

A grande envergadura do evento explica a escolha da Maia como local escolhido, em detrimento do concelho da Trofa. “Não temos metro nem outro meio de transporte eficaz, já para não falar da falta de capacidade de hospedagem. Para cá, estou a planear eventos de menor dimensão, mas com impacto semelhante a este, um campeonato ibérico ou latino, para 2016, mas isso já dependerá do apoio que a autarquia nos der”, afiançou.

Uma vez que Sandro Eusébio está na organização, não poderá participar, assim como todos os atletas que o acompanham ao longo do ano. Para concretizar a competição, contou com “o apoio imprescindível da empresa Metalogalva”. “Foi o nosso melhor patrocinador, ao ceder-nos todo o ferro necessário e por me deixar utilizar as instalações durante duas semanas para construir os equipamentos”, salientou.

E apesar das dificuldades diárias em realizar um evento deste calibre, a motivação não esmorece. A ausência de apoios é recorrente e a isso acresce a falta de reconhecimento estatal pela modalidade. “É para verem como ando a trabalhar, contra tudo e todos. Já fui ao Instituto do Desporto de Portugal, que não nos reconhece a modalidade, que nos Estados Unidos da América e na Rússia é praticada nas escolas e que está integrada em provas paraolímpicas, inclusive”, ripostou.

Sandro Eusébio diz-se também desiludido com a falta de interesse por parte da comunicação social. “Pensei que poderia ter uma reportagem, nem que fosse de dois minutos, na televisão, mas não. Ao contrário daqui, haverá um canal televisivo do Azerbaijão que vai acompanhar todo o evento. Quando fui participar a um campeonato na Finlândia, a minha prova deu em direto”, contou.

Poder político das modalidades

Ao contrário de muitos atletas internacionais, que vivem do powerlifting, em Portugal, os atletas vivem dos apoios angariados ou da paixão pela modalidade. Enquanto nas grandes cidades, os praticantes ainda conseguem “apoio das câmaras municipais”, em zonas mais periféricas, como na Trofa, os atletas vivem com muitas dificuldades. “Em Alvarelhos temos duas campeãs do Mundo, a Carla Carneiro e a Liliana Duarte, que não puderam revalidar o título, porque o campeonato realizava-se em Miami, nos Estados Unidos da América, e não viajaram porque não conseguiram nenhum apoio. Por acaso, recentemente tivemos um atleta, o Josué Oliveira, que conseguiu viajar e sagrar-se campeão europeu e o melhor júnior da prova, graças à ajuda da Junta de Freguesia, do rancho e de alguns particulares de Alvarelhos”, contou.

O problema, diz Sandro Eusébio, está no poder político das modalidades. “O futebol, como tem grandes massas associativas, pode fazer diferença nos votos, e por isso os jogadores podem viver dele. No powerlifting não”, atestou.

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