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Edição 469

Governo corta cuidados de saúde à Trofa, Santo Tirso e Famalicão

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O Centro Hospitalar do Médio Ave vai perder especialidades e serviços como obstetrícia, cirurgia vascular, cirurgia pediátrica, entre outras. População da Trofa, Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão vão ser obrigadas a recorrer aos hospitais do Porto e Braga.

A denúncia foi feita pelas concelhias do Bloco de Esquerda da Trofa e da de Vila Nova de Famalicão. O Ministério da Saúde publicou a Portaria n.º 82/2014, de 10 de Abril, onde estabelece “os critérios para categorizar os serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde e o reposicionamento da rede hospitalar”.

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O Centro Hospitalar do Médio Ave (Unidades de Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso) vai ficar, por decisão do Ministério da Saúde, tutelado por Paulo Macedo, com a tipologia I. A Portaria cria quatro grupos de hospitais, com áreas de influência e valências que aumentam do Grupo I até ao Grupo III, sendo os do Grupo IV hospitais especializados, como é o caso dos Institutos de Oncologia.

“O Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA)foi colocado por esta Portaria no Grupo I, o nível mais básico, no qual não são exercidas as valências de genética médica, farmacologia clínica, imuno-alergologia, cardiologia pediátrica, cirurgia vascular, neurocirurgia, cirurgia plástica, reconstrutiva e estética, cirurgia cardiotorácica, cirurgia maxilofacial, cirurgia pediátrica, e neurorradiologia”, denunciam os Bloquistas.

Já o exercício de outras valências, como “oftalmologia, otorrinolaringologia, pneumologia, cardiologia gastrenterologia, hematologia clínica, oncologia médica, radioterapia, infeciologia, nefrologia, reumatologia e medicina nuclear, estará sujeito a critérios populacionais e a um mapa nacional a publicar”, revela a mesma fonte, informação comprovada pela própria Portaria do Ministério da Saúde. O Bloco de Esquerda requereu já uma audição do ministro da Saúde no Parlamento e considera que “nada fica melhor quando se reduz o acesso dos utentes aos cuidados de saúde, quando se destroem as equipas, quando se diminui a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em diversas valências.

Também o deputado e líder da concelhia socialista de Vila Nova de Famalicão Nuno Sá, publicou na sua página de facebook um post onde denuncia que Famalicão “ perde a valência de obstetrícia, subjacente e condição à subsistência da maternidade”.
“Num mês de Abril trágico para o nosso concelho, em que os famalicenses estão a ser confrontados com o encerramento de extensões de saúde, com a desclassificação do tribunal (para já não falar da desistência da construção da variante à EN 14), o Governo, através do Secretario de Estado da Saúde, publica uma Portaria que prevê o encerramento da maternidade em Famalicão. Face a esta situação, o Partido Socialista, ouvida a Comissão Política na noite de terça-feira, manifesta a sua profunda indignação com este propósito do Governo de encerrar a maternidade em Famalicão, que em muito penalizará os famalicenses” adianta Nuno Sá.
O líder da Concelhia Socialista de Famalicão garante ainda que “o PS tudo fará para evitar este encerramento, batendo-se firmemente pela manutenção das valências no CHMA, principalmente, a maternidade. Neste sentido, já formulamos pedidos de audiência ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, bem como ao Presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Norte, procurando auscultar as instituições e sensibilizar para o impacto desta situação para o nosso concelho e para a nossa região” afiançou.

O Centro Hospitalar do Baixo Ave abrange os concelhos de Trofa, Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão, num total de cerca 250 mil pessoas potenciais utentes das duas unidades, que terão agora de se deslocar a Braga ou ao Porto para usufruir destas especialidades retiradas ao CHMA.

Contactada via email, a administração do Centro Hospitalar do Médio Ave não respondeu às questões colocadas em tempo útil.

Já a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai nos próximos dias pronunciar-se sobre esta situação uma vez que o presidente se encontrava ausente da autarquia.

Maioria PSD/CDS inviabiliza audição do Ministro da Saúde

Já ao final da tarde desta quarta-feira em comunicado enviado aos órgãos de comunicação social o Bloco de Esquerda de Famalicão adiantou que “O PSD e CDS chumbaram na Comissão Parlamentar de Saúde, o requerimento do BE para a ida do Ministro da Saúde, Paulo Macedo, ao Parlamento, para prestar os necessários esclarecimentos sobre a reorganização da rede hospitalar, nomeadamente o encerramento de serviços hospitalares e de maternidades”.

No documento pode ler-se que “esta recusa de prestação de esclarecimentos tem de ser entendida com grande preocupação pelas populações, pelas autarquias e pelas forças políticas e sociais destas regiões do Alto e Médio Ave. O Governo não quer dialogar, não apresenta os estudos que conduziram a esta reorganização e parece querer aplicar a Portaria sem ouvir deputados, autarcas, técnicos, organizações da saúde e populações”.

De salientar que todos os partidos da oposição votaram favoravelmente a proposta do BE.

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