Edição 590
Gala da AEBA com apelos ao futuro e homenagem aos associados
Olhar para o futuro e não perder de vista “a janela de oportunidade” que está a surgir com a “4.ª revolução” foi um dos desafios lançados durante a gala que assinalou 16 anos de existência da Associação Empresarial do Baixo Ave (AEBA).
O tema foi comum nos discursos do presidente da AEBA e no do ministro da Economia, o convidado de honra da iniciativa, que juntou mais de 200 pessoas na Quinta da Alegria. Manuel Caldeira Cabral fez saber que “a Indústria 4.0 já está a entrar de forma muito abrangente em todas as empresas fornecedoras de indústrias como os setores automóvel, das máquinas e dos instrumentos de precisão”. O governante defendeu que “quem entrar primeiro pode subir na cadeia de valor” e “quem se atrasar e não perceber que este comboio está a passar a grande velocidade, vai ficar de fora”. “Por isso, lançamos um programa em que ouvimos empresas, tanto as multinacionais como as PME, start up e tradicionais. Há ótimas oportunidades que podem ser criadas e o mais interessante é, por exemplo, ir a Milão e ver a indústria do calçado a fazer já aplicações de Indústria 4.0”, esclareceu.
“Resposta rápida, qualidade garantida e produtos diferenciados” são os trunfos desta nova era industrial, sublinhou Caldeira Cabral, que aconselhou ainda as empresas “a não terem a ilusão” de que conseguirão “ganhos de competitividade” com uma “política de baixos salários”.
Já José Manuel Fernandes considera que a Indústria 4.0 “assume-se como um desafio a cada uma das áreas de atividade” e “gera oportunidades para criar novas empresas e novos projetos empresariais”.
Variante e metro como motores da economia
Mas este não foi o único assunto em destaque da noite. José Manuel Fernandes não deixou passar a oportunidade e falou de assuntos há muito adiados pelo Governo para esgrimir argumentos na “ótica empresarial”. A variante à estrada Nacional 14 foi uma delas: “Sabemos que a solução está desenhada, falta implementá-la, mas o mais recente adiamento foi dececionante. Só esperamos que não apareça mais como prioritário uma nova saída ou entrada na A1, com investimentos de milhões, para ninguém passar lá, porque foi resultado do lobby de alguém muito importante e não da razão”
E o metro também é, segundo o presidente da AEBA, um trunfo para a economia regional, porque “reduz custos, tem segurança e diminui as emissões de gases de carbono”. “Acabar de construir a linha do metro até à Trofa vai reduzir substancialmente a dependência de viatura própria para o acesso ao trabalho que é, já por si, uma fortíssima razão e um investimento rentável para o Estado”, justificou.
Mas sobre estes assuntos, nem uma palavra de Manuel Caldeira Cabral, que se limitou a falar de medidas governamentais de apoio às empresas, como o programa de fundos comunitários e o Capacitar, que disponibiliza novos instrumentos de financiamento.
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