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Edição 571

Funcionários querem aumento salarial compatível com os lucros

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Os trabalhadores da empresa Preh Portugal, em Santiago de Bougado, fizeram greve em protesto com o aumento salarial de 1,3 por cento, o que se traduz em cerca de nove euros.

“Trabalhadores em luta! Refletir nos salários, altos lucros da Preh”. Esta era a mensagem ostentada pelos funcionários da Preh Portugal que, a 29 de abril, estiveram à porta da empresa a exigir “salários compatíveis com o crescimento económico” da mesma, segundo adiantou em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte).
A concentração dos trabalhadores decorreu à porta da unidade, entre as 12 e as 16 horas de sexta-feira. Entre os trabalhadores estava Amélia Cabral, operadora de primeira na empresa, que contou que os funcionários ficaram “muito consternados” pelo “aumento salarial de nove euros”. “É uma empresa com tecnologia de ponta e os trabalhadores adaptam-se perfeitamente às novas tecnologias, porque se não fosse assim esta empresa não gerava lucros de oito milhões e dez milhões”, justificou, adiantando que existem “trabalhadores muito jovens já com tendinites”.
Já em 2015, os funcionários da Preh Portugal saíram à rua em protesto pelo aumento salarial de “um por cento”. E se “o ano passado” a empresa teve “lucros exorbitantes”, Amélia Cabral não tem dúvidas que “este ano haverá mais lucros” e, por essa razão, os funcionários “não entendem o porquê” deste aumento. “Nove euros no salário é algum aumento? Claro que não. Vai ser absorvido totalmente pelos impostos. Se calhar vamos passar a ganhar menos do que aquilo que ganhávamos”, invocou.
Mas para Amélia Cabral foi “lamentável” a resposta dada pela gerência à Comissão de Trabalhadores, quando questionada sobre “o porquê deste aumento”. Segundo a funcionária e também sindicalista do SITE, a gerência informou que “os lucros são para os investidores”. “Mas os investidores quando compraram a Preh Portugal sabiam que não estavam só a comprar edifício e máquinas. Sabiam que tinham um grupo de trabalhadores e que esse grupo de trabalhadores também necessita de comer e manter as suas famílias e de ter algum dinheiro no bolso”, declarou.
Amélia Cabral assegura que “não é por falta de dinheiro” que os funcionários vêm “a estagnação ou mesmo redução dos seus salários nos últimos anos”, mas pelas “negociações” entre a empresa e a ANIMEE (Associação Portuguesa das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico)”. “A Preh Portugal é uma empresa muito boa aluna da ANIMEE e faz tudo aquilo que a ANIMEE diz e daí aplicar 1.3 por cento. Há empresas que têm assento na ANIMEE, que nem sequer aparecem a estas reuniões, e depois dão aos 50 euros, dois dias aos trabalhadores e etc”, mencionou.
Amélia Cabral adiantou que “outras” pessoas “gostavam de aderir” à greve, mas que “o medo impera” e “há ameaças”. A comissão de trabalhadores teve “conhecimento de algumas ameaças que foram feitas” a funcionários, em que familiares eram “despedidos” caso fizessem greve. Uma situação que a comissão iria averiguar com os recursos humanos, porque, a confirmar-se, “é muito grave que se impeça um trabalhador de exercer um direito que tem”.
O NT tentou contactar os responsáveis da empresa, em Portugal, mas ninguém quis prestar declarações.

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