Edição 595
Formar para triunfar na quadra e na vida
Há quatro anos ligada às camadas jovens do Futebol Clube S. Romão, Carla Maia é a treinadora da equipa de infantis, composta por 18 jogadores com 11 ou 12 anos, que militam na série 2 da 2.ª Divisão da Associação de Futebol do Porto. Atualmente, ocupam o 3.º lugar do campeonato e, apesar de um dos objetivos passar por “ficar o mais à frente possível” na tabela classificativa, o trabalho principal assenta na formação dos atletas.
Uma tarefa que, segundo Carla Maia, não é “nada fácil”, porque não varia de um “cálculo certo” nem é garantida pelo cumprimento religioso de um plano de treinos. “Nestas idades, o desporto é dar muito em pouco tempo. Num plantel sénior trabalha-se para chegar a um objetivo na competição, não importa o que se tem pela frente e as pessoas que ali estão. Nas camadas jovens, fazemos formação desportiva e social, porque eles estão em jogo e têm de saber as regras e perceber como se devem comportar. Não descuramos o lado humano”, afiançou a treinadora, que admite “acompanhar como os atletas estão na escola”.
E é na educação desportiva que os treinadores acabam por “perder mais tempo”, quando trabalham nas camadas jovens. “Às vezes projeto dois ou três exercícios técnicos e táticos para o treino e acabo por fazer um, porque, mediante o primeiro exercício, há imprevistos e é preciso enquadrar todos os atletas e explicar até que todos percebam”, explicou.
Por isso, apesar de compreender que o pavilhão de S. Romão do Coronado está lotado, Carla Maia considera que os “50 minutos” que lhe concedem de treino é “manifestamente inferior” à necessidade manifestada para o trabalho que tem de ser desenvolvido na equipa.
Mesmo com essa dificuldade, a técnica considera que a dedicação “acaba por ter um resultado final positivo”. Um dos sinais é o 3.º lugar no campeonato, também graças à “espinha dorsal” que foi sendo construída ao longo das temporadas. No entanto, há os mais novos na equipa, que “não podem ser colocados de parte”. “Tenho que tentar fazer com que todos, pelo menos no final da época, os menos utilizados consigam chegar perto do nível dos mais utilizados. E explicar aos miúdos que estão mais evoluídos na modalidade, que têm de ajudar os outros”, atestou.
É um trabalho difícil, mas se assim não fosse, certamente não seria para Carla Maia: “Eu queria vir para os escalões de formação, porque queria competir com improviso”.
Para quem quiser ver os atletas infantis do FC S. Romão em ação, os jogos em “casa” realizam-se no pavilhão desportivo da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro, em S. Romão. No domingo, às 10 horas, a equipa recebe o líder, Caxinas.
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